quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

PENSAMENTOS

1. Lendo entre linhas Ao se ler nas entrelinhas da História de Portugal, descobre-se que as navegações ultramarinas, alcançando terras distantes, além de servir para expandir, territorialmente, a nobre nação portuguesa, serviam para descarregar o lixo político e moral para purificar a já puritana sociedade lusitana. Era assim que políticos, indesejáveis ao reino, e crápulas, marginalizados pela sociedade, eram deixados pelo caminho ao leu da sorte, sobrevivendo às custas de sua criatividade. Quando Pero Vaz Caminha anuncio que “nesta terra em se plantando, tudo dá”, Cabral, seguindo a tradição, aproveitou a dica deixado alguns espécimes aqui plantados que frutificaram, exponencialmente, multiplicando-se através dos séculos, produzindo uma casta cujos descendentes, hoje, governam o Brasil. É só estudar a genealogia regressiva das principais oligarquias de encastelados no poder para se descobrir a origem de tantos corruptos, bem escovados, munidos de excepcional resistência, herdada de antepassados, deixados ao relento, lutando por custosa sobrevivência, confirmando o adágio latino: “Absque vado fluvius, nec stat sine pelice proles”, em longa geração, há conde e ladrão. 2. Em busca de antídoto Enquanto a tecnologia alemão, baseada na estrutura do ouriço marinho, descobre material cem vezes mais resistente do que o cimento, no Brasil, o ministro Gilmar Mendes, com poderes graciosamente conferidos pela Carta Magna, ao soltar criminosos, visa construir potente argamassa para proteger o pestilento vírus da corrupção, sorrateiramente inoculado na sociedade brasileira. Urge o povo atender convocação às ruas para exigir a aplicação do antídoto da moral e da ética, únicos elementos com resistência suficiente para combater o terrível mal da corrupção. 3. A parábola se repete A parábola de Cristo sobre os dois filhos convidados pelo pai para trabalhar na vinha, repetiu-se na reunião dos 7, com relação ao tratado de controle da poluição ambiental. Os Estados Unidos, independentes de terem se negado a assinar o acordo proposto, em rodapé, deixaram claro que aplicarão as medidas necessárias para reduzir a emissões dos próprios gazes poluentes, independentes de promessas fátua de países sem capacidade moral para tanto. O Brasil, ostensivamente, assinou o acordo deixando a costumeira certeza de que pouco, ou nada, será feito. Sempre faltará dinheiro que está sendo desviado poluindo a moral e a ética da sociedade brasileira. Quem sabe, os Estados Unidos não assinaram, para não se misturarem com quem diz que vai, mas não vai. 4. No submundo dos insetos O rei dos ônibus, Jacob, o barata, agraciado pelo super ministro Gilmar Mendes, tem direito à liberdade, enquanto o povo carioca fica refém de um sistema de transportes públicos de péssima qualidade, causado por sistemático desvio de verbas durante várias administrações, dominadas por uma corja de corruptos guiados pelo inseto mais resistente a qualquer inseticida, existente na natureza viva. Gilmar Mendes permite que continue a dar as cartas em subliminar ação governamental, que persiste enxovalhando o Estado do Rio de Janeiro. “Sursum corda”, corações ao alto, nobre nação carioca, clamando por justiça, diante de tamanha iniquidade. 5. Quantas andorinhas são necessárias para fazer verão? Sob o título - “A nova cara do Judiciário”, o Correio Braziliense ( 03 de dezembro) apresentou, em sua capa, a simpática dupla Tereza e Fábio, como modelos da nova geração de advogados, anunciando novos tempos para Justiça brasileira. Bem-vinda seja a dupla. Devagar, porém, com o andor, que o santo pode ser atropelado. Que uma andorinha sozinha não faz verão, está mais do que anunciado pela sabedoria popular. Que duas andorinhas consigam tal feito, está para ser confirmado. Diante do batalhão de gaviões famintos cruzando o espaço da pátria, devorando tudo o que encontra pela frente, é necessário que muitas andorinhas levantem voo para esconjurar a corrupção que o exército de abutres espalha pelo espaço com suas desmedidas e mal cheirosas excreções. Que o diga a Lava-Jato que anda torpedeada por todos os lados, ficando à berlinda de um STF que não consegue se impor, também, torpedeado por tortuosos submarinos, infiltrados em suas águas turvas. Povo brasileiro, o palanque das ruas aguarda sua presença, para gritar a plenos pulmões: Fora, corrupção! 6. Contradições Contradições governamentais que se multiplicam. Fui renovar minha carteira de motorista. Depois de instaurado o processo, a médica atendente, mediante formulário, solicita-me laudo médico de otorrino, acusando grave problema auditivo, especificando-o no formulário, que teria detectado ao tentar se comunicar, subtilmente, falando pelas minhas costas. Primeira contradição: Não caberia a ela definir a gravidade do problema mas, sim, ao otorrino, mediante exame específico. Ao retornar com o laudo médico, fui atendido, com principesca gentileza, por outra médica. Segunda contradição: informou-me que pessoa surda não está impedida de dirigir, desde que o veículo esteja devidamente aparelhado com os respectivos retrovisores, possibilitando o controle visual de carros circunstantes. Como uso aparelhos auditivos, informou-me, para confirmar a primeira contradição, que não faria constar na CNH a obrigação do uso dos aparelhos, desde que surdez não impede dirigir carros. Recomendou-me, maternalmente, que os usa-se, alertando-me, porém, de que, se surpreendido sem eles, não serei multado. Para complementar, em favor, agora, de pretendida coerência, pediu-me que a foto a ser fixada no documento, deveria ser sem óculos, tendo em vista que a exigência da correção visual, estaria escrita na CNH. Confrontando minha carteira anterior, constatasse a inexistência de tal aviso. O médico otorrino, apesar de laudo plenamente favorável, preveniu-me de que, provavelmente, dada a idade avançada, ser-me-ia concedida permissão de dirigir por não mais de um ano. Sem maior pretensão de minha parte, concedeu-me três anos. Benza Deus! De contradição em contradição, chega-se a boa conclusão. 7. O super ministro Remar contra a corrente da opinião pública, que vem exigindo cerrado combate à, mais do que reconhecida, corrupção que mina a sociedade brasileira, como está fazendo o ministro Gilmar Mendes, soltando criminosos, não passa de masturbação do próprio ego, construído com base na presunção de ser um super ministro, pairando acima do STF, que tenta colocar a seus pés, como se fosse o dono da verdade. Felizmente, há sinais, ainda que tênues, anunciados pela presidente Carmen Lúcia, de que a Suprema Corte, não vai se dobrar a seu intento. Em tempo, o que será do STF no próximo ano quando, por determinação regimental, Gilmar Mendes assumir a presidência da instituição? Espera-se que, até lá, os ventos mudem, mudando a rotação da ventoinha do ministro. 8. Heróis esquecidos Há heróis que conseguem a gloria sendo agraciados com o nobél da literatura escrevendo lindas páginas para encanto dos leitores. Há os que escrevem sua biografia com as tintas do sacrifício de uma vida inteira dedicada ao próximo, culminando com a oferta heroica da própria vida, normalmente, ficando esquecidos à margem da História. Quem mais do que a professora Heley de Abreu Silva Batista, que deu a vida para salvar as crianças da creche de Janauba-MG, incendiada por um transloucado, para merecer a glória máxima por ter escrito, com sua vida, comovente poema que culminou com a morte trágica? Que 2017 seja encerrado com a canonização de quem, carinhosamente, chamamos de professorinha, que se agigantou para o Brasil e para o mundo, com a oferta da própria vida para salvar outras vidas. 9. No trem do ocidente Assassinato no expresso do Ocidente. A vítima, a nação brasileira. Todos são suspeitos, principalmente o mordomo que vende a própria mãe pátria para se manter no poder. Armado o maior júri da História do Brasil, a Lava-Jato, para tentar desvendar e debelar o enigma da corrupção que se infiltrou no trem expresso colocado nos trilhos por Pedro Alvares Cabral, ao descobri-lo há mais de quinhentos anos. O escrivão Pero Vaz Caminha profetizou: “Terra em que se plantando tudo dá”, até o tranquilizante maracujá. Junto com o trigo, o inimigo semeou a cizânia da corrupção que tenta sufocar a boa planta que produz a farinha que faz o pão de cada dia para matar a fome do povo brasileiro. Depende da Justiça, que anda adormecida, a hora da colheita para separar a má semente para armazenar o fruto da moral e da ética e salvar o que, ainda, resta de farinha no fundo dos cofres arrasados. E o povo brasileiro à espera do refresco, simbolizado pelos valiosos frutos produzidos pela mãe terra, para alivia-lo de seus sofrimentos marcados pelo suor derretido pelos escaldantes raios do Sol de cada dia. 10 – Nau sem rumo Ao desembarcar da nau do governo, mantendo o apoio à reforma da Previdência Social, contrariando frontalmente a opinião pública, o PSDB está pretendendo pegar gato pelo rabo. Vai sair aranhado e mordido. Com suas garras ocultas entre as almofadinhas das patas que amortecem seus cautelosos passos, a gata vai dar o troco nas urnas em 2018. Não é em vão que parlamentares resistem vender seu voto para saciar a sede de poder do capitão mor da embarcação governamental, cargo herdado do Capitão-Geral da Armada Real dos Galeões de Alto Bordo do Mar Oceano, com plenos poderes no comando da real Marinha Portuguesa.

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