sábado, 2 de dezembro de 2017

Ao se ler nas entrelinhas da História de Portugal, descobre-se que as navegações ultramarinas, alcançando terras distantes, além de servir para expandir, territorialmente, a nobre nação portuguesa, serviam para descarregar o lixo político e moral para purificar a já puritana sociedade lusitana. Era assim que políticos, indesejáveis ao reino, e crápulas marginalizados pela sociedade eram deixados pelo caminho ao leu da sorte, sobrevivendo às custas de sua criatividade. Quando Pero Vaz Caminha anuncio que “nesta terra em se plantando, tudo dá”, Cabral, seguindo a tradição, aproveitou a dica deixado algum espécimen aqui plantado que frutificou, exponencialmente, multiplicando-se através dos séculos, produzindo uma casta cujos descendentes, hoje, governam o Brasil. É só estudar a genealogia regressiva das principais oligarquias de encastelados no poder para se descobrir a origem de tantos corruptos, bem escovados, munidos de excepcional resistência, herdada de antepassados deixados ao relento, lutando por custosa sobrevivência, confirmando o adágio latino: “Absque vado fluvius, nec stat sine pelice proles”, em longa geração, há conde e ladrão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário