sábado, 16 de dezembro de 2017

Educ\ação

À pergunta do eminente macroeducador Arthur Pinheiro Machado - “Como educar nossos jovens quando 65% das profissões que exercerão no futuro ainda não existem? Quando se prevê que mais de 50% de empregos atuais deixarão de existir até 2035”? - formulada no artigo – O futuro da educação (Correio Brazilinse, 11 de dezembro), responderei com a mesma verificação de um conferencista, especialista na área de Orientação Profissional, cujo nome me escapa, em congresso da AIOSP - Associação internacional de Orientação Profissional, realizado em Quebec, Canadá, há mais de quarenta anos, em 1974. Já, naquela época, anunciou que, daí a dez anos, de 10 profissões existentes, seis não mais existiriam e outras tantas seriam criadas. A solução que propôs foi de que o sistema educacional, em vez de se preocupar em treinar alunos para determinadas profissões, voltasse sua atenção para a preparação do aluno para a mudança, dando-lhe condições de se adaptar a novas circunstâncias, quando necessário. O mesmo especialista afirmou que, com base em pesquisa longitudinal, verificara que a esmagadora maioria dos alunos que, em cursos anteriores, tinham optado por determinadas profissões, após o término do curso universitário, haviam mudado, alguns até radicalmente, seu direcionamento profissional. No mesmo congresso, um outro conferencista de nome Filion, na época, se não me engano, presidente da Federação das Industrias Canadenses, assinalou que o Canadá já passava pelo problema de falta de oferta de emprego para formandos em nível superior, deixando muitos profissionais sem trabalho. Certamente fazendo piada, disse que o governo, para não deixá-los ociosos morrendo de fome, formou uma equipe de notáveis multiprofissionais para estudarem o resultado do cruzamento de um mosquito canadense com um africano (*). Estariam os dirigentes governamentais brasileiros, pseudo entendidos em Educação, preparados para propor e fazer realizar tamanha mudança, proposta pelo primeiro conferencista? _________________ (*) Por mais hilariante que possa parecer, quem sabe, se a equipe tivesse levado a sério o programa, teria descoberto, há mais tempo, o mosquito africano transmissor da mortal trindade – dengue/chikungunya/zika, que veio estourar nos dias atuais.

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