quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Deus Misericórdia

Ao titular seu primeiro livro com a expressão O nome de Deus é misericórdia, tem-se a impressão de que o papa Francisco estaria sugerindo a ideia da existência de um Deus diferente, impessoal, não atrelado ao conceito de pessoa adotada pela Teologia do Cristianismo, caracterizando um Deus feito à imagem do ser humano, onde se sentiria  enclausurado e limitado, exprimido entre virtudes e defeitos próprios do ser humano.
 Para Francisco, essa Misericórdia não seria nada mais do que o Espírito de Deus agindo em função da vivificação do Universo do qual fazem parte todos os seres existentes.  Seria o Espirito de Deus, com frequência, assim descrito no Antigo Testamento que, a parir do final do século IV, os exegetas transformaram na terceira pessoa da Trindade, incrustrada no Credo Niceno-Constantinopolitano pelo I Concilio de Constantinopla (381) convocado, sob forma cesaroopapista, pelo imperador Teodósio I cujas intenções pouco ou nada tinham a ver a fé.
Foi a partir dai que se começou a rezar - “Creio no Espirito Santo, Senhor que dá a vida que procede do Pai e do Filho, e como o pai e o Filho é adorado e glorificado”. Essa fórmula é contestada, em parte, pela Igreja Ortodoxa Oriental que não aceita o termo “Filioque” com relação ao Espirito Santo. Observe-se que não se diz “Creio no Deus Espírito Santo, como não se reza creio em Deus Filho, ensejando interpretação menos contestável.
 A expressão “senhor que dá a vida” atribuída ao Espírito santo, de certa forma, circunda a possível intenção do papa identificando o “dar a vida’’ como ação da Misericórdia divina em que vida e misericórdia se confundem.
Seria a presença real de Deus no Universo que Humberto Rohden (*) identifica como um misterioso ALGO que as diversas crenças materializam em Cristo, Buda, Tau, Brahman e outros nomes simbólicos. Pergunta Rohden: “E que outra coisa seria esse misterioso ALGO senão a própria VIDA universal enquanto sentida pelo homem individual?”
Seria esse o Santo Espírito, que Francisco pretenderia retornar a sua concepção bíblica original, proclamando-o como a Misericórdia que se confunde com a própria divindade agindo em função da vivificação do Universo, o que circundaria a condenada teoria do filósofo Espinosa do “Deus, sive Natura”.
A atitude do papa seria o reconhecimento de que as verdades definidas em determinadas épocas, podem ser revistas à luz de novas concepções respaldadas, inclusive, pela Ciência, adaptando-se às exigências de uma sã modernidade.
Não foi diferente, quando o Concilio de Constantinopla, contrariando eminentes teólogos, forçou a inclusão de textos no Credo, condenando e exilando os opositores que não deixaram de ser cristãos pelo fato de discordarem. Na época, as circunstâncias assim conduziram os fatos. Hoje, as circunstâncias mudaram exigindo nova linguagem de interpretação e, inclusive, em determinados casos, mudança de conceitos.
Recorra-se aqui ao filósofo Ortega y Gasset (1883-1955) com a teoria do “Eu sou eu e minha circunstância”. As circunstâncias mudam no decorrer do tempo levando à procura de novas formas de expressar as verdades sem significar, necessariamente, sua negação.
Fazendo honra à proverbial prudência da Igreja, seus dirigentes deveriam se abster de dogmatizar verdades, ou pseudo-verdades, em fórmulas e interpretações que possam vir a ser postas em dúvida ou contestadas em futuras circunstâncias. Sabiamente, seguir o conselho do próprio Ortega, respaldando a teoria da dúvida universal de René Descartes: “Se ensinares, ensina ao mesmo tempo a duvidar daquilo que estás a ensinar.” Com essa atitude, por via indireta, preservariam inclusive a mal interpretada infalibilidade. Quem duvidaria da infalibilidade do papa Francisco posta em termos da busca da Verdade, sem pretender definir e impor qualquer verdade?
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(*) Rohden, Humberto, Roteiro cósmico 6ª edição, São Paulo: Martin Claret Ltda,   pg. 45.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Eduardo Cunha

Por mais que Eduardo Cunha tenha usado o cargo de presidente da Câmara de forma acintosamente provocativa autorizando a instalação do processo de impeachment de Dilma, não será por essa causa que deverá ser destituído da presidência e perder o mandato de deputado, pois o fez dentro das normas constitucionais atendo-se a suas competências.  Poderá ser alijado por outros crimes que pesam sobre sua biografia, principalmente pela falta de decoro parlamentar e pelo abuso de poder usando o cargo na tentativa de obstruir a Comissão de Ética da casa com relação ao processo instalado contra ele.

Goela abaixo...

Agora não é só o governo federal que pretende enfiar goela abaixo do povo brasileiro a ressurreição da CPMF. O governador do Distrito Federal Rodrigo Rollemberg subiu no estribo em defesa da idéia tentando passar a dívida de seu governo para as costas do contribuinte brasiliense.

domingo, 27 de dezembro de 2015

Impeachment

Ao se imiscuir, intempestivamente, nas atribuições do poder Legislativo o STF acabou cindindo o Congresso Nacional deixando as partes mergulhadas numa guerra interna em que seus presidentes lutam por interesses pessoais. Ao negar a legítima pretensão da Câmara, o Senado,  a pretexto de preservar sua independência, corre o risco de ignorar a harmonia que, tanto quanto a independência, deve temperar e conduzir as ações das duas casas. Cabe à Câmara, como representante do povo que elegeu a presidente da República, autorizar, constitucionalmente, a abertura do processo de impeachment e ao Senado, como representante da federação, secundar o ato sem se sentir pressionado e diminuído. Até ai, as ações das duas casas não caracterizariam prejulgamento ficando a investigação e o veredicto final, a cargo do sistema bicameral que, em boa hora, será coordenado pelo presidente do STF que terá a autoridade necessária para conduzir o processo dentro da legalidade confirmando ou negando a inocência da presidente. 

Reforma penal

Além da reforma penal, o combate à corrupção precisa de mais agilidade do sistema judiciário de forma a não permitir que os escaninhos dos juízes se transformem em dormitório de processos sendo surpreendidos pela prescrição de penas e consequente impunidade.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Papai no... ar

Está na hora de acabar com a mania de contar a história do misterioso Papai Noel. As crianças de hoje não são mais tão ingênuas a ponto de acreditar no, então, bom velhinho que vinha montado em folclórica carruagem puxada por lindas gazelas. Hoje ele não vem, mas sai pilotando moderno helicóptero roubado nas barbas das desatentas autoridades aeroportuárias.

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Compre minhas ideias que, um dia, vão valer  ouro. Elizio.

domingo, 20 de dezembro de 2015

Atestado de bons antecedentes

O ex-governador Agnelo Queiroz entrou com uma queixa-crime contra um professor que falou mal de sua gestão na internet. O processo foi aberto na 3ª Vara Criminal de Brasília e, na última terça-feira, o Tribunal de Justiça realizou uma audiência de conciliação. Depois da sessão, Marcos Bau Brandão, que é professor de geografia em uma escola particular, postou uma nota de desagravo nas redes sociais.
“Venho me retratar quanto às expressões e fatos publicados, bem como retirar os textos alusivos ao Dr. Agnelo Santos Queiroz Filho, ex-governador do Distrito Federal. Tal retratação se dá especialmente no tocante aos seguintes tópicos: não é corrupto, não é ladrão famoso, não é vagabundo, não faz todo mundo de otário, não praticou roubo, não deixou rombo impagável em seu governo, não é um canalha, não exerceu um governo corrupto”.
“Não é correta a afirmação quanto à ausência de caráter, não é patife, não praticou subtração ao erário, não se prevaleceu do cargo público para obter vantagem pessoal. São inverídicas as afirmações referentes aos supostos parentes do ex-governador, não é verdade que foi premiado pela cúpula do PT para trabalhar na Universidade aberta do SUS da Fiocruz de Brasília”, acrescentou Marcos Bau.
Agnelo recorreu à Justiça em outubro passado, com a alegação de que teria sido vítima de calúnia, difamação e injúria. O juiz Francisco Antônio Alves de Oliveira manteve o processo em uma vara criminal e decidiu não mandar o caso para um juizado especial criminal. “A conduta imputada ao querelado na presente queixa-crime não é de menor potencial ofensivo, uma vez que a soma das penas máximas abstratamente cominadas ultrapassa o patamar de dois anos”, alegou o magistrado.

sábado, 19 de dezembro de 2015

Impeachment II

Se, em nome da independência dos poderes, a Câmara Federal não pode impor ao Senado a instalação de impeachment da presidente Dilma, também, em nome da harmonia, não cabe ao Senado, simplesmente, desprezar a autorização, desde que devidamente fundamentada em fato(s) que a justifiquem. A não instalação de processo configuraria, além de descrédito contra a outra instituição, prejulgamento de inocência da acusada, a ser comprovada, ou não, durante o processo devidamente conduzido para o julgamento final.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Impeachment

Com relação ao impeachment da presidente Dilma, cada ministro do Supremo Tribunal Federal entende... Permitam-me, também, entender. Se a Câmara Federal concluiu pela existência de motivo para autorizar a abertura do processo, o Senado, em nome do respeito e da harmonia que deve existir entre os poderes da República, deveria instaurar o processo sem, com isso, significar prejulgamento. Processar é uma coisa, condenar é outra. Se, durante o processo, for comprovada a inocência, que seja arquivado, ficando preservados os princípios pétreos, tanto da harmonia como da independência dos poderes.  A recusa da instalação do processo significaria prejulgamento de inocência sem estudar o mérito da questão, tornando, inclusive, sem sentido a competência autorizativa da Câmara, outorgada pela Constituição em seu Art. 86.

Presidente

Na política brasileira, o título “Presidente” passa por um desgaste perdendo aquela áurea de depositário do poder a ser exercido em nome do povo. É a presidente da República, o presidente do Senado, o presidente da Câmara, com ameaça a dezenas de outras presidências  semeadas pela administração pública ocupada por elementos que, aos poucos, vão revelando proverbial incompetência, senão quando, sub-reptícia  malícia para governar.  É a partir desse triste fenômeno que vai se instalando a desordem e o caos no governo tanto em consequência da incompetência como da malícia dos empoleirados elevados às cadeiras presidenciais na base de vil corporativismo, em busca do poder pelo poder.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

O cara

1.     Há os que citam, ainda,  a famosa frase dita em inglês pelo presidente Obama sobre o então presidente Lula, cuidadosamente traduzida por “Esse é o cara”. Existe um dito popular italiano que diz : “Il tradutore é um traditore”, o tradutor é um traidor. A famosa expressão do presidente americano poderia ter outros entendimentos, tais como : Esse é o cara? Que cara esse? Seria esse o cara? Dependendo da entonação da voz do emissor e das intenções do tradutor. Depois de tantas pedaladas e petecadas que estão levando o Brasil ao fundo do poço, difícil saber o que, realmente, o presidente americano pretendeu dizer.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Educação

Toda e qualquer iniciativa para solucionar o problema da Educação no Brasil, a exemplo da legítima intenção do governo do Estado de São Paulo de reestruturar as escolas estaduais, seria bem-vinda e salutar na medida em que o Governo deixasse de tapar o sol com peneira passando a reconhecer, efetivamente, a prioridade da Educação, acima de qualquer outra, como instrumento  imprescindível na construção de uma nação que se prese. O reflexo da falta de tal prioridade transparece nítido e acachapante na forma como professores e educadores são desprestigiados e maltratados na sociedade, tanto moral como financeiramente.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Crise

Diante da politicagem que vem dominando as instituições governamentais atingindo diretamente a sociedade, seria ingenuidade afirmar que os Três Poderes da República não estão passando por grave crise, como alerta o experimentado ex ministro Gilson Dipp.  Quanto ao Poder Legislativo, presidido por elementos altamente suspeitos de irregularidades, paralisando os trabalhos e gastando o precioso tempo parlamentar em busca de subterfúgios na tentativa de escapar da Justiça, não há porque se duvidar. No Poder Executivo, a crise se multiplica levando a mandatária a pairar acima da realidade tentando provar que não é responsável pela calamitosa situação a que foi conduzida a administração de seu governo. O Judiciário, última esperança da sociedade, por mais que tente manter o equilíbrio entre os poderes, vê-se envolvido na crise coagido por eficientes elementos adrede infiltrados com espúrias intenções de tumultuar processos na tentativa de proteger os fautores da generalizada corrupção que mina as instituições republicanas, contaminando a sociedade como um todo. 

Comunicação

               Dia 13 de dezembro de 2015, data definida pelo Papa Francisco para a abertura do Ano Santo da Misericórdia, sacerdotes do mundo católico celebraram a missa de abertura da porta da Misericórdia.
Não foi diferente para Monsenhor Tarcisio Anacleto Caliman, meu irmão, encerrando infindo rosário de missas celebradas diariamente durante 48 anos de profícuo sacerdócio na arquidiocese de Vitória - ES.
Monsenhor Tarcísio concelebrou a missa da abertura da porta da Misericórdia na Catedral Metropolitana acompanhado do padre Marcio, seu ex- aluno que, com maior carinho e desvelo o vinha acompanhando, em nome da arquidiocese, nos últimos meses diante de seu precário estado do saúde.
Terminada a missa foi almoçar vindo, em seguido, a ser surpreendido por fulminante enfarto que o levou, atravessando a Porta da Misericórdia que acabara de ajudar a abrir. Iria completar 80 anos de idade no próximo dia 3 de junho.
Foi salesiano deixando a congregação no final do tirocínio prático exercido no Colégio Salesiano de Silvânia - GO. Incardinado à arquidiocese de Vitória - ES, estudou Teologia no seminário arquidiocesano de Mariana - MG. Foi ordenado sacerdote secular em Venda Nova do Imigrante no dia 22 de julho de 1967. Cursou mestrado em Direito Canônico pala Universidade Santo Anselmo de Roma, Itália.
Sem deixar de exercer atividades como pároco em diversas paróquias durante seus 48 anos de vida sacerdotal, ocupou a cátedra de Direito Canônico no seminário maior da Arquidiocese de Vitória desde que se formou em direito Canônico ajudando a formar dezenas de sacerdotes. Durante muitos anos, exerceu atividades como membro da Comissão de Justiça da arquidiocese, instituição que presidiu até 2014 quando se aposentou forçado  pelo estado precário de saúde.
Exerceu marcante influência política no governo de Vitoria e do Estado do Espírito Santo, sempre, em defesa do princípios morais e éticos defendidos pelo Cristianismo.
O velório e enterro transformaram-se em devota e compungida exaltação à sua dedicação à Igreja e a sociedade capixaba. Seu corpo ficou exposto em velório na nave central da Catedral Metropolitano da noite de domingo até à tarde de segunda feira culminando com missa de corpo presente seguida do cortejo de sepultamento no cemitério do bairro de Santo Antônio, na Grande Vitória. Os atos foram acompanhados por centenas de parentes, amigos e admiradores com a presença de autoridades religiosas e civis e militares que vieram prestar-lhe merecidas homenagens.
Os mais sinceros agradecimentos da numerosa família Caliman, e afins, à arquidiocese de Vitória pelo carinho que dispensou, até os últimos dias de vida, a nosso querido irmão, tio, cunhado, primo e outros graus de parentesco biológico e espiritual.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Nova linguagem

Quando se fala descobrir uma nova linguagem para a Igreja falar ao mundo da modernidade, logo vem à mente uma linguagem no sentido de negar verdades que vem sendo pregadas há quase dois milénios, engessadas no, impropriamente, dito Símbolos dos Apóstolos, vulgarmente, chamado Credo sancionado há exatos 1600 anos, no primeiro concílio de Niceia (325 d.C).
Digo impropriamente denominado Símbolo dos Apóstolos tendo em vista que, por mais que se queira atribui-lo aos apóstolos, foi costurado pelo dito concílio convocado e presidido pelo imperador pagão Constantino, o sumo sacerdote do paganismo.
Na prática, o imperador passou a exercer o comando de dois credos: o pagão e o cristão. Sua intenção não era questão de fé. Pretendia, apenas, acabar com querelas dogmáticas unindo o pensamento dos cristãos em torno de um único estandarte, representado pelo Símbolo, união que viria em benefício da defesa do Império Romano em declínio, cuja queda já se prenunciava, vindo a acontecer 161 anos depois, em 476 d.C.
O papa Francisco em suas pregações vem mostrando que a nova linguagem não tem nada a ver com negar ou afirmar verdades preestabelecidas. Sem tocar em qualquer dogma, vem usando uma linguagem fácil de ser entendida pelos fieis, com base no Deus da misericórdia.
A nova linguagem não teria como objetivo desmontar uma estrutura dogmática construída ao longo dos séculos. As mesmas verdades, amarradas no Credo, podem ser proclamadas e praticadas sem serem negadas por uma nova linguagem,potém, que respeite a liberdade de consciência, com o direito à duvida sem perigo de condenação por infidelidade. Francisco expressou esse princípio numa única frase: “A dúvida faz parte da fé.” Quem sabe, seja essa a essência da nova linguagem que está sendo procurada.
A essência da religião está na crença na Divindade que existe e assiste o Universo. Não importa, necessariamente, acreditar em mil outros dogmas que soem dividir a humanidade em mil formas de crer.
Ateu, herege, infiel para o Cristianismo é quem nega Jesus Cristo; para o maometismo, quem nega Ala; para o judaísmo quem nega Javé; para os egípcios quem nega Ra; para os budistas quem nega os Devas e; ... por ai vai.
Se formos a fundo, tais denominações referem-se ao mesmo viso sob diversas concepções com características diversas. Em sínteses, todos seriam crentes da mesma divindade, vista sob óticas diferentes.
A verdadeira crença é a que tem como objeto a essência que é a Divindade. Todo o resto é periférico, descartável, dispensável que deve ser deixado para quem quer se divertir e passar o tempo. Para os crentes na essência, dizer que Jesus é Deus, que Maria foi sempre virgem, que foi levada ao céu corpo e alma, que Deus é trino, são simples detalhes que não deveriam afetar a fé, em sua essência.
Aos teólogos cabe continuar a estudar para descobrir a natureza dessa essência. Quem sabe, no decorrer de milionésimos, sob os ditames da evolução, do “homo sapiens”, surja o “homo sapientíssimos” capaz de penetrar o mistério dos mistérios ainda que, apenas, na subperiferia, tendo em vista que ir, além, seria desvendar o mistério da Divindade, perdendo sentido a existência de seres inteligentes no universo. Não haveria mais o que pesquisar e descobrir, sendo esse o único prazer da ciência racional ao vasculhar o Universo.
Para os fieis bastaria a essência, não fossem segundas intenções dos pregadores enchendo as mentes com mil formulações mitológicas obscurecendo a Divindade e, até, tomando seu lugar.
Em última instância, não se pretende, porem, uma linguagem permissiva, que tudo permita, muito menos, que tudo proíba. Cabe a inspirados interpretes descobrir os limites que podem ser procurados dentro do verdadeiro Evangelho de Cristo que, pelo visto, não foi escrito, ou, se o foi, terá sido mal traduzido e pessimamente interpretado.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Nova ordem

Ninguém, sequer, terá pensado que o PMDB iria deixar o governo. Se sempre esteve no governo, simbolizado pelo poder com a pretensão de mandar sem fazer e se responsabilizar, não será agora, com a mão deslizando para a botija, que vai perder a oportunidade de virar governo de fato tentando, sorrateiramente, colocar de escanteio a presidente Dilma. Ao afirmar que o PMDB não vai deixar o governo, o vice Michel Temer torna-se o fiador e paladino dessa sórdida e traiçoeira armação que poderá colocar o Brasil a perder com o sepultamento de todos os desatinos de mais de 12 anos de governo PT. Para tanto, bastará ao PT inverter sua posição tornando-se caudatário do PMDB na nova ordem a ser estabelecida , saindo a camarilha contando vitória.

Delator

A se dar crédito ao destino, se o senador da República Delcidio de Amaral, se dispuser à delação premiada, terá sido talhado pela fatalidade para ser a chave para abrir, definitivamente, a cavernosa caixa de Pandora tupiniquim revelando a tortuosa historia que levou o Brasil à beira do caos. Nascido politicamente no governo Itamar Franco, vindo do governo de FHC, participando dos quatro governos do PT, oculto sob variadas cores políticas, ocupando postos de alta visibilidade, privando da intimidade dos poderosos, quem mais do que ele para conhecer com profundidade e minúcias os tortuosos labirintos que tentam despistar a Justiça no encalço de ratazanas corroendo o tecido da nacionalidade brasileira? Poderá ser a chave de ouro da Ação Lava-Jato a ser registrada com letras de outro nos anais da História Pátria cabendo ao desditoso Delcídio do Amaral o papel de delator mor.

Manifesto

Todo o apoio ao MANIFESTO EM DEFESA DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS divulgado via internet, assinado por lustrosa plêiade de brasileiros, encabeçados pelo eminente Leonardo Boff, dispostos a ir à luta contra tanta desmoralização das ditas instituições, contanto que abranja todas as instituições, entre elas o instituto democrático e constitucional de afastamento de presidente da República, americanamente apelidado de impeachment, por motivos especificados na Constituição. Não pode ser taxado de golpe quando requerido e acolhido de acordo com as normas estabelecidas, não importando os requerentes e quem o acolhe, desde que devidamente credenciados. De forma alguma se constitui em prejulgamento, cabendo aos órgãos competentes dar-lhe seguimento dentro da legalidade com o objetivo de estabelecer a culpabilidade ou a inocência no fim do processo.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Caras-de-pau

Vergonha à enésima potência para a sessão da Comissão de Justiça da Câmara Federal na quarta feira, 09 de dezembro de 2015. Vergonha para o Brasil, desde que, lá só habitam caras-de-pau.

Mentira

A palavra mentira anda tão surrada e desgastada na boca dos políticos a ponto de se fundir, simbioticamente, com a palavra verdade. O interessante é que a mentira está sempre do outro lado virando peteca para não queimar na palma da mão do arremessador. A tática é manter a peteca no ar até que se desgaste e seja lançada no lixoso cesto do esquecimento. No final, por mais bumerâmico que pareça seu movimento de vai-e-vem, ninguém sai ferido, com a justificativa do consagrado refrão “fui mal interpretado”.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Lágrimas

Enquanto no cenário artístico personagens da magnitude de uma Marília Pêra se vão provocando lágrimas de imensa e eterna saudade, no cenário político, a cada dia, surgem novos personagens arrancando doloridas lágrimas dos olhos do sofrido e desiludido povo brasileiro. Político morre, sim. Chora-se de alegria pwlo "menos um" e de tristeza porque carrega no caixão tudo o que roubou.

INSS

Enquanto os que deveriam estar governando o Brasil, fazendo leis e fiscalizando seu cumprimento, estão brigando pelo poder chafurdados na lama até o pescoço, os gatunos do INSS aproveitam as falhas para delapidar o INSS. E os aposentados que se danem vendo seus proventos definhando na sarjeta da incompetência e displicência governamentais.

domingo, 6 de dezembro de 2015

Visão e bom senso!

Cada ministro é colocado em sua pasta para exercer funções específicas bem definidas. Com a abertura de processo de impeachment, a presidente Dilma está convocando o batalhão de seus auxiliares para manterem uma campanha em sua defesa desviando-os de suas funções, deixando as instituições à deriva. Como, pela lei da física, tudo o que para em declive tende a descer, o Brasil vai se afastando cada vez mais da costa e se afundando num mar de tormentas. A exemplo do pedido de demissão do titular do ministério da Aviação Civil Eliseu Padilha, existem ministros de visão e bom senso que não aceitam desembarcar do barco de suas funções para embarcarem na canoa furada da defesa da presidente que, preveem, se não afundar, tenderá a dar sequência a um governo que continuará a arrastar o Brasil para o precipício do descrédito nacional e internacional.

Cada macaco em seu galho

Se, conforme afirma o senador Jarbas Vasconcelos, Cunha é psicopata, deve ser recolhido ao manicômio e se Dilma não é santa, que seja retirada do altar da Pátria.

Gigantes (?)

Alguém apelidou Eduardo Cunha e a presidente Dilma de gigantes. Só se forem gigantes do tipo dos bonecos de carnaval de Olinda de Pernambuco, cuja altura se deve, apenas, a suas longas e frágeis pernas de pau que um dia vão quebrar ou pegar fogo arrastando as cabeças para a sarjeta da desonra. No máximo são dois cavaleiros errantes lutando contra moinhos de vento que se desfazem nas quebradas da História que vai lembrá-los como ridículos Dom Quixote.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Como Comentar no Blog!

Para quem precisar - como postar comentários ao blog: 1. Clicar embaixo do texto que se quer comentar, aonde diz "Nenhum comentário". 2. Após aberta a caixa de texto, clicar e escrever aonde se diz "Digite seu comentário...". 3. Aonde está escrito "Comentar como", alterar de Conta do Google para Anônimo. 4. Clicar em "Publicar".

O canto da vitória

Diante da convicção de absoluta inocência, a presidente Dilma deve seguir o conselho do seu temeroso vice e ficar bem caladinha com relação a impeachment. No frigir dos ovos sairá abanando o rabo e cantando vitoriosa: “Quem é o homem que teve o poder de andar sobre o mar? Quem é ele que pode fazer o mar se calar? No momento em que a tempestade veio te afogar, ele veio com toda autoridade e mandou acalmar”. Do alto do Planalto assistirá seus desafetos saindo em procissão, com rabo entre as pernas, cantando o refrão- “É, meu amor, meu canto é de despedida, meu violão já deu saída, tenho uma canção sentida pra cantar noutro lugar”.

O Terceiro Poder

Ainda que pesem dúvidas, espera-se que o terceiro poder (apenas na ordem de citação na Constituição), o Judiciário, tenha suficiente independência para conduzir o processo de impeachment da presidente da República dentro dos parâmetros estabelecidos pela Constituição de forma a repor o Brasil no caminho da reconstrução nacional, conforme anseiam os brasileiros de bom senso. Que seja, inclusive, de alerta aos poderes Legislativo e Executivo no sentido de se reconduzirem ao caminho do exercício de suas funções e prerrogativas constitucionais que resultem no combate e erradicação da desenfreada corrupção que corrói as instituições da República Brasileira.

Mentira

A palavra mentira anda tão surrada e desgastada na boca dos políticos a ponto de se fundir, simbioticamente, com a palavra verdade. O interessante é que a mentira está sempre do outro lado virando peteca para não queimar na palma da mão do arremessador. A tática é manter a peteca no ar até que se desgaste e seja lançada no lixoso cesto do esquecimento. No final, por mais bumerâmico que pareça seu movimento de vai-e-vem, ninguém sai ferido, com a justificativa do consagrado refrão “fui mal interpretado”.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Inocente?

Não há porque a presidente Dilma temer o impeachment desde que tenha plena convicção de que é inocente. Pode contar com o poder judiciário que soe praticar a máxima de São Francisco de Sales: “Se erro, prefiro que seja por excesso de bondade que por demasiado rigor.” Jamais condena alguém sem provas contundentes. Pelo contrário, com frequência, em vez de correr atrás da culpabilidade do réu, torce e age para provar sua inocência o que, em última instância, conduz ao mesmo objetivo, provar a verdade. Em contrapartida, o Brasil espera que o excesso de bondade dos tribunais não resvale para a omissão ocultando e deslustrando a ver