Religião

Sobre a celeuma criada por estranhas representações dos santos da Igreja Católica por ousada artista de Brasília, fica uma reflexão. Cada religião tem o direito de representar seus santos sob a forma que lhe aprouver, agrade ou não à opinião de quem quer que seja. Porque não respeitar o mesmo direito a uma artista fazer o mesmo, por mais ridícula que possa parecer à intolerância ao direito de expressão? Há, por exemplo, quem ache ridícula a representação de Nossa Senhora Mãe de Jesus sob a forma de uma imagem pescada decapitada do fundo das águas barrentas do Rio Paraíba do Sul em Aparecida do Norte, enegrecida pelo tempo, cuja origem ninguém conhece se, realmente, de uma santa ou de qualquer outra deusa jogada no rio depois de danificada e considerada imprestável. Com exceção de um pastor evangélico que, sob os protestos do Brasil inteiro, chutou a imagem em pleno palco de uma TV, não há quem, por menos que acredite, que não respeito a popular devoção de expressiva parte do povo brasileiro.

Pedalada franciscana

Ao anunciar a flexibilização do uso de anticoncepcionais para combater o vírus causador da microcefalia, o papa Francisco nos faz retornar ao Concílio Vaticano II quando o então cardeal Albino Luciani, futuro papa João Paulo I, sugeriu à comissão, instituída pelo papa João XXIII com a finalidade de estudar o tema da Regulação da Natalidade, entre outas questões, a liberação do uso de anticoncepcionais. Na posterior encíclica Humanae Vitae, o papa Paulo VI, de forma explicita na própria encíclica, ouve por bem rejeitar qualquer inovação nesse sentido, com o argumento: “As conclusões a que chegou a Comissão, no entanto, não podem ser consideradas por nós como definitivas e absolutamente certas, nem dispensar-nos de um exame pessoal do grave problema”. Hoje, quase meio século após, aparece o papa Francisco que, portando o estandarte da Misericórdia, assume uma posição realista com relação ao grave problema da microcefalia que ameaça a integridade do ser humano, classificando o uso de anticoncepcionais com mal menor, diante da gravidade da situação. BSB, 19 de fevereiro de 2016.

Politicagem

Ao pretender se licenciar para ajudar na eleição do líder do PT na Câmara, o senhor Marcelo Castro parece que, realmente, não tem nada para fazer no Ministério da Saúde, sobrando tempo para fazer politicagem. Amigavelmente, terá combinado com o aedes aegypti para aguardar seu retorno para começar a combinada batalha, distraindo o povo brasileiro da caótica situação em que a presidente Dilma enfiou o Brasil.

Ditadura

Analistas políticos deverão estar queimando as pestanas para descobrir a diferença entre uma ditadura declarada, como existem às pencas mundo afora, e a praticada pela República tupiniquim onde as instituições governamentais, a exemplo dos 38 ministérios, em vez de cuidarem dos interesses da nação, são convocados a serviço da defesa de um governo apodrecido que deita e rola delapidando o patrimônio da nação brasileira.

Defesa inoportuna

Como possível cumplicidade em tudo de que se tenta acusar o ex-presidente Lula na condução de seu governo, ocupando ela postos chaves em seus dois mandatos e como sucessora, não cabe à presidente Dilma vir em sua defesa. A prudência e o bom senso indicariam obsequioso silencio na espera que a Justiça investigue e julgue com imparcialidade comprovando sua alegada inocência. Só assim a própria presidente teria condições de se defender de eventual envolvimento nos atos que conduziram o Brasil a calamitosa situação administrativa e econômica dos quais foi cumplice, que espanta o mundo

Trinidade

Para quem acredita no Mistério da Santíssima Trindade, definido como dogma de Fé proclamado pela Igreja desde os primeiros concílios do Cristianismo constituindo-se no fundamento de todo o arcabouço teológico e litúrgico da fé cristã, deve causar estranheza e, porque não, perplexidade a representação da Santíssima Trindade que encima o altar mor do Santuário do Divino Pai Eterno localizado na cidade de Trindade no estado de Goiás. No centro da figuração, a imagem de inocente donzela aparentando seus 15 ou dezesseis anos de idade, sendo pageada coroada pelas demais personalidades: a sua direita, o Filho de barba negra, aparentando seus 33 anos, à esquerda o Pai Eterno, bem envelhecido, de barba grisalha, e acima o Espírito Santo representado pela tradicional pomba de asas abertas. Não encontrei explicações para tal inusitada representação, ainda que se tenha notícia de tentativas na história do Cristianismo de incluir Maria na Santíssima Trindade. Certamente, existem piedosas motivações para tal fato que, porém, não justificariam insinuar aos fieis menos afeitos a análises mais profundas, a existência de uma quarta pessoa no dourado trono da eternidade quebrando a milenar tradição escrita no Símbolo Niceno-Constantinopolitano onde o nome da mãe de Jesus aparece, apenas, casualmente, para indicar o nascimento do Salvador. Os padres da Congregação Lazarista, responsáveis pela administração do Santuário, encetam campanha, com abaixo assinado, no sentido de trazer o papa Francisco para uma visita ao local cuja devoção ao Pai eterno constitui-se no segundo maior movimento religioso do Brasil, perdendo apenas para o de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida do Norte -SP, onde Maria coloca o Pai Eterno e as demais pessoas da Trindade em segundo plano. Certamente, haveria expectativa sobre a reação do papa ao se deparar com o quadro representativo do padroado do santuário composto por quatro pessoas que, deduz-se pela lógica, seriam igualmente eternas. Por diversas vezes Francisco já demonstrou sua fidelidade e respeito aos dogmas já estabelecidos pelo Cristianismo para aceitar, ainda que tacitamente, uma mudança tão significativa no maior dos mistérios com a inclusão de uma quarta pessoa no trono rodeado de mil anjos e santos. Há analistas mais argutos que conseguem ver em Francisco, apenas, a vontade de mudar alguns dogmas que não se adaptam à razão. Mexer na poderosíssima Trindade, admitindo uma quarta pessoa, certamente, não estaria em seus planos. Ao tomar conhecimento do fato, para não correr o risco de qualquer referência ou reverência que possa coloca-lo em maus lençóis perante os que prefeririam vê-lo pelas costas, a exemplo de quando disse que “a dúvida faz parte da fé, o mais provável é que Francisco, confirmando sua proverbial prudência, venha a declinar do convite para visitar o santuário. Se Agostinho foi induzido pelo anjo a desistir da tentativa de desvendar o maior dos mistério do Cristianismo, não seremos nós a questioná-lo pretendendo negá-lo ou, mesmo, afirma-lo. Para um bom crente, o que importa, porém, é reconhecer a necessária existência de Deus a ponto de concluir com o irreverente, mas sábio, iluminista Frnçois Marie Arouet, prudentemente, disfarçado de Voltaire: “Se Deus não existisse, seria necessário inventa-lo”. Longe, porém, a preocupação de defini-lo, como pretendem os sábios exegetas que só conseguem mascara-lo sob formas e características de seres estranhos, inclusive, sob imagens ridicularizantes, a exemplo de um velho barbudo, decrépito, descansando assentado entre as almofadas de um trono, o símbolo do efêmero poder temporal. Quanta irracionalidade esparramada em milenar literatura tentando explicar o inexplicável pela, ainda, limitada inteligência humana, não cabem explicações. É a pretensão de um limitado ser definir algo ilimitado, infinito. “Vanitas vanitatis” diria aos exegetas, pisando a areia movediça da praia, o Eclesiastes pela boca do anjinho(*) do bispo de Hipona. ¬¬¬__________________________________________ (*) Digo anjinho porque anjo adulto não estaria brincando de cavar buraco e fazendo castelos de areia. BSB, 11 de fevereiro de 2016.

Zika

Pelo visto, o vírus Zika, transmitido pelo naturalizado aedes aegipty, há bastante tempo anda Brasil a fora fazendo suas vítimas. Basta verificar a quantidade de políticos microcéfalos pontilhando os cargos da administração governamental sem capacidade encefálica para traçar um plano de recuperação da economia brasileira.

Carnaval

Como é triste ver a salutar alegria do carnaval brasileiro empanada pelas trágicas palhaçadas dos políticos empoleirados no poder. Diante da admirável capacidade de organização dos carnavalescos, sugere-se colocar os políticos fazendo palhaçadas na Sapucaí deixando o Brasil ser governado por quem tem a capacidade de promover tanta alegria para o povo brasileiro. Seriam duas alegrias para o povo, uma emanada do governo ao som do Ouviram do Ipiranga e a outra da Sapucaí divertindo-se com a cara de pau dos políticos.

Impeachment

No bom entender, é dever, sim, do Senado acatar o pedido de instauração de processo de impeachment contra presidente da República, desde que feito pela Câmara Federal como representante do povo e de acordo com a norma constitucional sem, inclusive, ater-se ao mérito da questão que será examinado e julgado pelo sistema bicameral cuja sessão para o veredicto final será presidida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, conforme prescrito pela Constituição Federal. A isso chama-se respeito pela independência de cada poder enfaixado pela harmonia que, contrariamente, estaria sendo quebrada na medida em que o Senado, antepondo-se a ação do colegiado bicameral, sobreponha-se julgando, indevidamente, o mérito do pedido da Câmara Federal a ser confirmado, ou não, no final do processo.

Nariz de cera

Com a Operação lava Jato chegando ao carnegão do supurado tumor que vem destruindo as instituições governamentais e a sociedade brasileira, espera-se que o ex-presidente Lula troque de nariz para não continuara a dizer, sempre, a mesma e manjada frase: “Não sei de nada”. Afinal, já chegou o momento de se cumprir a sentença de Abraham Lincoln profetizando: “Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo”.