Toda a vez que o papa
Francisco fala com o povo dizendo algo em termos bem claros, cristalinos, ferido
conceitos tradicionalistas, tentando trazer a Igreja para o caminho da
modernidade, sai alguém da cúpula do Vaticano para tentar explicar seu
pensamento por vias tortas: - Não é bem isso que o papa queria dizer”. Se o
papa diz que a salvação é para todos, inclusive, para os ateus de reta
consciência, os pretensos interpretes emendam: - “ Contanto que se sujeitem aos
dogmas do Cristianismo”. O passaporte tem que ser expedido pelo Vaticano. Falta
um Paulo apóstolo para dizer que entre o papa e os fieis não há a necessidade
de intermediários. Quando isso acontece em governos temporais, o ministro que
discorda de seu chefe é, imediatamente, convidado a arrumar as gavetas e se
mandar. No caso em epígrafe, parece que o papa Francisco é mais democrático,
deixando que cada um fale o que pensa. Elizio
Nilo Caliman
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
Corporativismo e que tais
O preceito
basilar da Constituição de 1888, escandido em seu Art. 5º, em termos bem
cristalinos – ‘Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza...” parece que foi lá inscrito para inglês ver. Percorra-se o próprio texto
da Carta Magna para se confirmar tal afirmação. Como admitir o & 1º do Art. 53 que
prescreve: -“Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não
poderão ser presos, salvo fragrante de crime inafiançável, nem processados criminalmente
sem prévia licença de sua casa”, que contrariando, frontalmente, o texto do ciado aartigo?
E o & 4
do Art. 86, endeusando o mais alto mandatária da República colocando-o fora do
alcance da Justiça humana, ao prescrever: – “O presidente da República, na vigência
de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício
de suas funções”? Extrapolando a Constituição, como admitir o forro privilegiado, extensivo a
milhares de apaniguados, que nem sequer é mencionado no texto da Carta Magna, símbolo
do corporativismo, só cabível em mentes sorrateiras dos fazedores e pretensos
vigilantes das leis?
sábado, 11 de fevereiro de 2017
sábios doutores
Assistindo as intermináveis tertúlias do STF, consumindo
dias e noites sem fim, varando madrugadas, finalmente entendi um dos motivos,
talvez o principal, da proverbial morosidade da mais alta corte da Justiça em
julgar processos dos protegidos pela foro privilegiado. A grande preocupação
dos doutíssimos magistrados é produzir longos e empolados discursos, recheados
de citações de seus antepassados, na esperança de, futuramente, também, serem
lembrados como sábios construtores de roteiros jurídicos, esquecendo que,
também, aqueles se apoderaram dos ditos de juristas da tempera da Águia de Haia,
que qualquer jurista de média estatura é capaz de citar.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017
Luta contra mitos
Seria demasiada
responsabilidade nas mãos de um só homem, o ministro Edson Fachin, o julgamento
do aferrado plantel de políticos que durante mais de meio século vieram dando, e
pretendem continuar a dar, as cartas políticas que conduziram, e tentam manter,
o Brasil à beira do abismo. Uma força tarefa formada pela maioria dos demais ministros
que compõem a mais alta corte da Justiça, será indispensável para o êxito em
tão espinhosa missão, cuidando para que não se deixe vergar diante de brutais pressões.
Prioridade máxima
No retorno
do recesso parlamentar, depois da vitória do governo nas eleições para presidir
as duas casas legislativas, soaria justo o açodamento para a aprovação de
projetos de reformas urgentes para atender os anseios do poder Executivo, sem
dúvida, necessários para a nação. Tudo como seria de desejar, não fossem
segundas intenções no sentido de mostrar serviços encobrindo e esquecendo a
prioridade maior do combate à corrupção que a nação inteira está a exigir. Inúteis
quaisquer reformas que venham a engordar o erário público se a corrupção continuar
solta com a chave do cofre nas mãos de corruptos que herdaram um governo corrompido,
agora, sob a mira da Lava-Jato. Como confiar em instituições governamentais presididas
por elementos suspeitos rodeados de centenas de outros suspeitos sob a mira da
Justiça? Prioridade das prioridades, no momento, um tiro certeiro na corrupção
para recomeçar o Brasil.
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