quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Lendo a mídia

6. Ao ler jornais e revistas, começo sempre, pela sessão Opinião, onde os leitores expressam seus pensamentos sem subterfúgios a serem encobertos com segundas intenções. Divirto-me, até, com casuais divergências, fruto da liberdade de expressão que, ainda, é-lhes permitida. Depois, vou as primeiras páginas para tentar desvendar os mistérios encobertos pelo filtro da malandragem, pintando as manchetes com cores mais ao sabor de desprevenidos leitores. A página Opinião dos Leitores, normalmente, vem ilustrada por hilariante cartum que, até, a bicharada que, antigamente, quando era-lhes permitido falar, mandava seu recado por mio de sábias fábulas, hoje prudentemente calada, se desdobra em homéricas gargalhadas, ao presenciar as fanfarronices, presepadas, palhaçadas, denunciando a involução do homo sapiens, quando empalhado pelo inebriante e ofuscante poder que anula a força da razão, levando-o a rastejar, arrastado pela onda da corrupção cuja fetidez não mais lhe atinge o olfato de narinas entupidas.

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Engarrafamento

Mais do que o engarrafamento de carros nas ruas, lamentada pela imprensa, o que mais incomoda Brasília é o engarrafamento político deixado pelos parlamentares e magistrados que, despreocupados, partiram para gozarem de gordas férias engrossadas por dadivoso recesso, deixando um vazio físico–político-moral transbordando problemas, sem previsão de solução, imprevidentemente, brecados por duvidosa reforma previdenciária que promete mil mundos e fundos, sem garantir coisa algum. Desponta 2018 prometendo eleições sanadoras sem, porém, perspectiva de candidatos em quem se possa confiar. Significativa e decisória porção de eleitores, viciados na crendice, encabrestada por vãs promessas de aventureiros, vai definir a sorte do Brasil. O deus invocado como brasileiro, há muito, também, tirou férias, deixando o barco correr, levado por irrefreável corrupção cujo combate não faz parte da agenda do governo que aí está.

domingo, 24 de dezembro de 2017

Zebra

Quando eu era criança, minha mãe dizia: zebra é um bicho branco pintado com listras pretas, enquanto meu pai emendava: é bicho preto pintado com listras brancas. Depois que cresci, meu guru me ensinou que zebra, símbolo dos políticos brasileiros, é bicho de cores indefinidas, que se pinta de mil cores, dependendo das circunstâncias, na tentativa de enganar o povo. Se você vir alguns andando por ai, pintados de preto e branco, devem ser os que, libertados às pressas por Gilmar Mendes, ao saírem correndo, esqueceram de deixa na portaria do xadrez o pijama carcerário. Em tempo, fica liberada a piada para o cartunista de plantão ilustrar a sessão Cartas dos Leitores.

Fala o leitor

Ao ler jornais e revistas, começo sempre, pela sessão Opinião, onde os leitores expressam seus pensamentos sem subterfúgios a serem encobertos com segundas intenções. Divirto-me, até, com casuais divergências, fruto da liberdade de expressão que, ainda, é-lhes permitida. Depois, vou as primeiras páginas para tentar desvendar os mistérios encobertos pelo filtro da malandragem, pintando as manchetes com cores mais ao sabor de desprevenidos leitores. A página Opinião dos Leitores, normalmente, vem ilustrada por hilariante cartum que, até, a bicharada que, antigamente, quando era-lhes permitido falar, mandava seu recado por mio de sábias fábulas, hoje prudentemente calada, se desdobra em homéricas gargalhadas, ao presenciar as fanfarronices, presepadas, palhaçadas, denunciando a involução do homo sapiens, quando empalhado pelo inebriante e ofuscante poder que anula a força da razão, levando-o a rastejar, arrastado pela onda da corrupção cuja fetidez não mais é-lhe sentida.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Pelas cordas do violão

Senso, consenso, bom senso, senso comum são cordas do mesmo violão cuja combinação e sonoridade dependem de quem as dedilha. Na inversão de valores sociais que marca a política, transformada em politicagem, as cordas são embaralhadas, destorcidas, desafinadas por dedos carcomidos pela corrupção, a ponto de não se perceber o som de cada uma que, combinadas, deveriam resultar em prazerosa sinfonia a soar aos ouvidos dos brasileiros, para alívio na dura vida que as circunstâncias lhes impõe a cada dia. Ficariam, assim, na esperança de ouvirem o “gran finale” anunciando a recondução do Brasil ao seu caminho da prometida terra onde, em se plantando tudo dá. Seria o convite para todos se unirem em torno de uma só bandeira, a da ORDEM E PROGRESSO. Quando assim for, brasileiros de todos os cantos haverão de sair de regador na mão para amenizar essa terra com o refrescante bom senso, resultado do consenso, traduzido em senso comum, indicando que o único caminho para a construção de uma nação, só acontece se asfaltado pela moral e pela ética. Isso tornar-se-á realidade quando milhões de consciências individuais se fundirem numa única consciência universal, buscando um único objetivo, o bem comum, despertado na família, passando pelo município, estado e pais, culminando na comunidade mundial.

Dois pensamntos

1. Não seria o controvertido Gilmar Mendes a passar ileso pelo lamaçal de corrupção espalhado por todas as instituições governamentais e não governamentais. Há muito tempo vem se falando, nas entrelinhas da mídia, de seus negócios escusos com relação ao Instituto Brasiliense de Direito Público, de sua propriedade, sustentado com dinheiro do povo, escorregado via Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). Finalmente, capa de ISTOÉ (20 de dezembro) vem alertar o Brasil sobre a possível excrescência às custas do dinheiro do contribuinte. Falta, alguém de peito, com coragem, para colocar a questão em pratos limpos enfrentando a proverbial verve de um dos mais falantes ministros do STF, capaz de soltar a manada de corruptos que não se conformam em viver atrás das grades, vendo o Sol nascer quadrado. Certamente, não será entre seus pares que temem sua verborragia e, pelo visto, preferem acobertá-lo sob deletério corporativismo. 2. Judiciário em recesso até fevereiro 2018. Quem de plantação para atender emergências? Gilmar Mendes. São as chaves do galinheiro nas mãos da raposa. Ontem já soltou o Garotinho. Quando o Judiciário retornar, vai encontrar as cadeias vazias de colarinhos brancos. Vai sobrar mais espaço para ladrões de galinhas que não estão na agenda de Gilmar Mendes, improvisado Papai Noel dos privilegiados da sorte.]
Valha-nos o todo poderoso Pan Kum, da multimilenar mitologia chinesa, responsável pelo preenchimento de todo o espaço primordial vazio, com a criação do Universo, para explicar tamanha falta de bom senso. Como pode chegar até o STF um processo, para ser julgado pela suprema corte, depois de mais de trinta anos de tramitação, tratando de relés disputa provocada por uma cerca construída em torno de um prédio no bairro do Cruzeiro Novo em Brasília DF, a mando de zeloso sindico, em defesa da segurança da pequena comunidade? Como se na Suprema Corte não dormissem eteno sono milhares de processos de alto interesse nacional, mofando sem limite de tempo, nos escaninhos de descuidados magistrados da mais alta corte da Justiça que esbanjam precioso tempo, discutindo querelas de somenos importância. E dizer que essa mesma instituição, supostamente, integrada pelas mais altos representantes da sociedade, laureados de mais lídima sabedoria, revestidos por negras e vistosas togas, quiçá, simbolizando a proteção dos deuses, pretende ser tida a vigilante das leis para o cumprimento da Justiça. À suposta sabedoria só falta a virtude do bom senso que soe equilibrar a balança, garantindo a estabilidade de qualquer sociedade inserida no universo criado, seja lá, por qual divindade.

Missa

Fatos sem fotos Meses atrás o colega João Bosco Nascimento, enviou-me diversos tópicos falando da dúbia conveniência de os pais levarem as crianças à missa. Por falta de espaço temporal fui deixando o assunto cozinhando nos meus arquivos. Depois de presenciar vários fatos, sem fotos por falta de equipamento, resolvo dar meus palpites, à guisa de resposta. 1. Participando da missa dominical de hoje, apreciei belo exemplo de jovem mãe, assentada em banco à frente, com seu lindo filhinho, aparentando uns dois anos de idade. Quando sentiu que o pimpolho já não mais aguentava se portar de acordo com que se espera dentro do sagrado recinto, tomou o caminho da porta, levando o pimpolho para se expandir ao ar livre. 2. Minha própria experiência como educador, já me valeu em minhas preleções a pais, quando tive oportunidade de abordar o tema. Quando eu e minha esposa, mais por insistência desta, íamos à missa com os dois nossos filhos crianças, depois de certo tempo, ao começarem a se inquietar e movimentar, disfarçadamente, conduzia-os para o jardim onde se esbaldavam, apreciando as belezas da natureza. Enquanto isso, Pierina, distraidamente, assistia a missa, sem ser perturbada, e eu tranquilo por estar cumprindo o preceito de ir à missa uma vez por semana. Impropriamente cumprindo preceito, pois, não se admite verdadeira fé por imposição. 3. Belo exemplo de uma mãe, com a criança nos baços, de olhos atentos e suplicantes, ao receber nas mãos a hóstia consagrada, partindo-a ao meio, ministrando uma das partes ao infante. Sumo sacrilégio para os exegetas que pretendem preservar a reverência às espécies sacramentais, salutar exemplo de promoção participativa no banquete eucarístico, sem, naturalmente, ter que explicar que estaria dando-lhe de comer o corpo de Cristo, atitude a ser, perigosamente, interpretado como canibalismo, racionalmente reprovado pela própria Igreja. Difícil ou, mesmo, impossível dar uma resposta generalizada para a pergunta sobre a conveniência de se levar as crianças à missa dominical. Depende muito de circunstâncias. Em princípio, nunca como imposição de ato obrigatório. Tenho a convicção de que o fato de o adolescente começar a rejeitar à frequência à igreja pode ser atribuído, em grande parte, pelo fato de ter sido obrigada na infância. Ai vem o estereótipo, “Perdeu a fé”, como se religião se resumisse, no caso, em assistir missa e praticar dezenas de outros atos impostos por preceitos. Impõe-se o grande problema de os filhos terem que seguir a religião assumida pelos pais, também, por tradição familiar, não deixando opção de escolha pessoal levando, futuramente a questionamentos, não raro, gerando sérios problemas de consciência que vão desembocar em consultórios médicos, psicológicos e psiquiátricos. Teoricamente as igrejas admitem a liberdade de consciência, faltando, porém, traduzi-la na prática, frequentemente negada, a exemplo da imposição de dogmas, vigiados por imposição de severas penalidades aos descrentes, sendo classificados como apóstatas, condenados ao fogo do Inferno. Sirva de exemplo a afirmação de Bento XVI num de seus sermões ao povo na praça de São Pedro: “A Fé é ato profundamente livre e humano”. Logo ele que, como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, silenciou inúmeros teólogos que expressaram discordâncias com relação ao pensamento tradicional da Igreja romana. Sempre acompanhei Pierina e nossos filhos à missa dominical, menos por convicção, mais por conveniência. Sabe-se lá, em consequência dessa conveniência, ao atingirem a adolescência, nossos filhos não mais quiseram ir à missa. Perderam a fé? Não creio. Certo dia, minha filha leu um artigo meu abordando a teoria de Baruc de Spinoza, ressaltando o lema “Deus sive Natura”. Pediu-me que escrevesse a frase numa folha de papel. Dias depois mandou-me, via internet, uma foto de sua perna onde se via tatuado - “Deus sive Natura”, com minha letra. Prova inconteste de que não perdera a fé, mudando, apenas a forma de expressar a Divindade. É urgente acabar com a tradição de que os pais tem que deixar aos filhos a herança da própria fé, com juramento no momento do batismo. Cite-se a frase dita pelo acima citado Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, hoje, papa emérito, Bento XVI: “Fé não é para crianças, é para adultos.” Não, apenas, adultos fisicamente, mas, e principalmente, mental e psicologicamente amadurecidos.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Gilmar Mendes

Não seria o controvertido Gilmar Mendes a passar ileso pelo lamaçal de corrupção espalhado por todas as instituições governamentais e não governamentais. Há muito tempo vem se falando, nas entrelinhas da mídia, de seus negócios escusos com relação ao Instituto Brasiliense de Direito Público, de sua propriedade, sustentado com dinheiro do povo, escorregado via Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). Finalmente, capa de ISTOÉ (20 de dezembro) vem alertar o Brasil sobre a possível excrescência às custas do dinheiro do contribuinte. Falta, alguém de peito, com coragem, para colocar a questão em pratos limpos enfrentando a proverbial verve de um dos mais falantes ministros do STF, capaz de soltar a manada de corruptos que não se conformam em viver atrás das grades, vendo o Sol nascer quadrado. Certamente, não será entre seus pares que temem sua verborragia e, pelo visto, preferem acobertá-lo sob deletério corporativismo.

Maluf

Soem mil e umas trombetas anunciando solene Aleluia de Handel, entoado por milhões de vozes, ecoando por todos os rincões do imenso Brasil, anunciando a prisão de um dos mais cínicos políticos já nascidos em terras brasileiras. Maluf atrás das grades, ainda que esperando Gilmar Mendes para vir em seu socorro, é algo inédito numa justiça de mil furos na legislação tupiniquim, por onde passam tubarões facínoras, devoradores de desprevenidas espécies que tentam sobreviver nas águas turvas apodrecidas por descomunal corrupção.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Bom senso

Valha-nos o todo poderoso Pan Kum, da multimilenar mitologia chinesa, responsável pelo preenchimento de todo o espaço primordial vazio, com a criação do Universo, para explicar tamanha falta de bom senso. Como pode chegar até o STF um processo, para ser julgado pela suprema corte, depois de mais de trinta anos de tramitação, tratando de relés disputa provocada por uma cerca construída em torno de um prédio no bairro do Cruzeiro Novo em Brasília DF, a mando de zeloso sindico, em defesa da segurança da pequena comunidade? Como se na Suprema Corte não dormissem eteno sono milhares de processos de alto interesse nacional, mofando sem limite de tempo, nos escaninhos de descuidados magistrados da mais alta corte da Justiça que esbanjam precioso tempo, discutindo querelas de somenos importância. E dizer que essa mesma instituição, supostamente, integrada pelas mais altos representantes da sociedade, laureados de mais lídima sabedoria, revestidos por negras e vistosas togas, quiçá, simbolizando a proteção dos deuses, pretende ser tida a vigilante das leis para o cumprimento da Justiça. À suposta sabedoria só falta a virtude do bom senso que soe equilibrar a balança, garantindo a estabilidade de qualquer sociedade inserida no universo criado, seja lá, por qual divindade.

sábado, 16 de dezembro de 2017

Reforma previdenciária

Não há dúvida de que uma reforma previdenciária é necessária e urgente. Não, porém, nos moldes e nas circunstâncias em que está sendo proposta pelo governo, e feita por quem está legislando em causa própria, visando proteger os próprios privilégios, esquecendo que todos os brasileiros são iguais em direitos. Diante da calamitosa situação em que se encontram nossas instituições, infiltradas de corrupção, nenhuma delas tem condições morais para tal empreitada. Urge a necessidade de uma constituinte independente, eleita pelo povo, na medida em que tivermos, para tanto, um processo eleitoral isento, purificado de atuais elementos, também, contaminados pela corrupção. Uma constituinte sem contar com elementos envolvidos no governo atual, em instituições de qualquer nível e de qualquer dos três poderes da República. Uma constituinte formada por notáveis, fáceis de serem notados na sociedade, capazes de passar por cima de interesses pessoais, acima de qualquer corporativismo. Quem não vê má fé nos atuais governantes, tentando uma reforma, em proveito própria, sem levar em conta os interesses básicos da população mais necessitada? Uma reforma visando reencher os cofres para continuar a gastança desenfreada, para compra de apoio para se manter no poder? É uma desvergonhada e intolerável atitude que não passa pela consciência nacional, por menos exigente que fosse. Quanto ao mais, o que se está fazendo com nossa Carta Magna é aplicar-lhe remendos novos, desfigurando lhe o tecido original, pondo em risco sua integridade constitucional, dando a impressão de que tudo é mutável, inclusive princípios pétreos, universalmente reconhecidos, ficando à mercê de uma minoria encastelada no poder, vivendo às custas do povo trabalhador. Veja-se a questão do direito ao foro privilegiado, terminantemente vedado pelo Art. 5º da Constituição, que prescreve a igualdade de todos os brasileiros, sem distinção de qualquer natureza, esdruxula e sorrateiramente prescrito em dois artigos subsequentes (*), protegendo, além do presidente da República, justamente os constituintes, senadores e deputados, autores da Carta Magna, em indisfarçado ato de legislar em causa própria. Em seguida à promulgação do documento, vem a interpretação dos citados artigos pelo Congresso Nacional, formado, agora, pelos mesmos constituintes, estendendo o privilégio a milhares de penduricados no poder, tornando-os diferentes entre os 200 milhões de brasileiros. Tanto no Congresso Nacional como no STF, fingindo atender o clamor do povo, supostos doutros senadores, sábios deputados e tarimbados ministros, adiantam-se em porfiada laboriosidade, com intermináveis discursos e, para não se deixarem surpreender, gastam longas horas discutindo a necessidade de, simplesmente, limitar o privilégio, naturalmente, reservando-o para o presidente da República e para os ditos cujos discursadores. Por acaso, seriam analfabetos funcionais, incapazes de ler e compreender o Art. 5º que, explicitamente, não admite exceções de qualquer natureza? Não, não som analfabetos, são espertalhões que conseguem ler além das entrelinhas encontrando os furos deixados por eles mesmos na rede da legalidade que ele mesmos constroem e interpretam e, quando pegos pela Justiça, correm para debaixo do guarda-chuva do foro privilegiado, na esperança de serem, a longo prazo, acolhidos sob as asas das eternas calendas gregas. Para bom entendedor, bastaria uma simples frase à guisa de emenda: - Suprimam-se as concessões privilegiadas dos artigos 53 e 86. Não cabe qualquer discussão no sentido de, simplesmente, limitar o privilégio, deixando aberto meio guarda-chuva para um minoria de intocáveis, uma vez que nem mesmo STF, manobrista do guarda-chuva, consegue alcança-los, visto que nem ele consegue alcança-los ficando na esperança da abertura da portas das eternas calendas gregas. __________________ (*) Artigos 86 e 53, com os respectivos parágrafos.

Educ\ação

À pergunta do eminente macroeducador Arthur Pinheiro Machado - “Como educar nossos jovens quando 65% das profissões que exercerão no futuro ainda não existem? Quando se prevê que mais de 50% de empregos atuais deixarão de existir até 2035”? - formulada no artigo – O futuro da educação (Correio Brazilinse, 11 de dezembro), responderei com a mesma verificação de um conferencista, especialista na área de Orientação Profissional, cujo nome me escapa, em congresso da AIOSP - Associação internacional de Orientação Profissional, realizado em Quebec, Canadá, há mais de quarenta anos, em 1974. Já, naquela época, anunciou que, daí a dez anos, de 10 profissões existentes, seis não mais existiriam e outras tantas seriam criadas. A solução que propôs foi de que o sistema educacional, em vez de se preocupar em treinar alunos para determinadas profissões, voltasse sua atenção para a preparação do aluno para a mudança, dando-lhe condições de se adaptar a novas circunstâncias, quando necessário. O mesmo especialista afirmou que, com base em pesquisa longitudinal, verificara que a esmagadora maioria dos alunos que, em cursos anteriores, tinham optado por determinadas profissões, após o término do curso universitário, haviam mudado, alguns até radicalmente, seu direcionamento profissional. No mesmo congresso, um outro conferencista de nome Filion, na época, se não me engano, presidente da Federação das Industrias Canadenses, assinalou que o Canadá já passava pelo problema de falta de oferta de emprego para formandos em nível superior, deixando muitos profissionais sem trabalho. Certamente fazendo piada, disse que o governo, para não deixá-los ociosos morrendo de fome, formou uma equipe de notáveis multiprofissionais para estudarem o resultado do cruzamento de um mosquito canadense com um africano (*). Estariam os dirigentes governamentais brasileiros, pseudo entendidos em Educação, preparados para propor e fazer realizar tamanha mudança, proposta pelo primeiro conferencista? _________________ (*) Por mais hilariante que possa parecer, quem sabe, se a equipe tivesse levado a sério o programa, teria descoberto, há mais tempo, o mosquito africano transmissor da mortal trindade – dengue/chikungunya/zika, que veio estourar nos dias atuais.

O papagaio explica

E o papagaio explicou Depois que a raposa entrou nos camarins do Congresso Nacional brasileiro e constatou que as inúmeras mascaras dependuradas nas paredes são cheias de estrumeira, gerando sandices, maluquices, burrices, macaquices, que se resumem numa única, moralmente, acachapante expressão - desenfreada corrupção, perguntaram ao papagaio, o único espécimen a continuar falante, porque os demais animais deixaram de falar através das fabulas. A resposta foi esclarecedora e acachapante. O pretendido homo sapiens tupiniquim perdeu a capacidade de assimilar a moral dos contos, que caiem no vazio. De tabela, a animalesca descobriu que, contrariando a teoria evolucionista de Darwin, o sapiens espécimen tupiniquim entrou num processo de involução, em direção a suas origens simiescas, envergonhando, inclusive, o próprio original que anda protestando, dependurado pelo rabo nas árvores das florestas, sendo devastadas sob o fio de terrível motosserra, símbolo da inconsequência dos governantes. Os políticos nem, sequer, se aperceberam que o papagaio continua a tagarelar, imitando o linguajar humano, pretendendo, apenas, fazer rir dos desvarios, levando os atores a se divertirem, inadvertidamente, às gargalhadas. Enquanto isso, o alegre psitaciforme, do alto de seu poleiro, esbalda-se em intermináveis e hilárias cantilenas, ecoando Brasil afora.

sEGUANÇA

Com relação à ordem judicial mandando retirar as grades, cercando prédio no Cruzeiro Novo, Brasília – DF, é justo advertir o ministro Celso de Melo que nenhuma lei é justa, quando põe em risco a segurança dos cidadãos, direito pétreo prescrito na Constituição Federal, nem mesmo quando para proteger tombamentos vindos de fora. Ao ordenar a retirada das grades, a Justiça chama para si a responsabilidade pela segurança dos moradores, cabendo-lhe, em consequência, a ônus de reparar prejuízos, por caso advindos, o que, a prática comprova, jamais acontece, ficando os prejuízos por conta dos indefesos assaltados. Antes da atitude do juiz, caberiam as providências necessárias, por parte do poder público, para garantir a segurança, prevenindo riscos físicos, financeiros e morais dos cidadãos, coisa impossível, diante da precária situação de segurança que predomina na sociedade brasileira. Com devida autorização das autoridades competentes, que se permita aos cidadãos tomarem as providências necessárias para garantirem a própria defesa, quando o poder público não se torna suficientemente presente.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Ter-se-á que recorrer ao sábio adivinho cego da mitologia grega Tirésias para desvendar o mistério da modernidade tupiniquim, que atormenta o povo brasileiro, armando no tripé: Selic, inflação e preços. Enquanto a Selic despenca em direção do fundo do mar e o governo diz que a inflação está sob controle, os preços, empurrados pela subida estratosférica dos combustíveis, não recuam um centavo, ameaçando furar as nuvens. Onde está o mistério, se, na lógica republicana, os três elementos deveriam andar de mãos dadas em busca do bem estar do povo, respeitando o princípio pétreo da igualdade de todos os brasileiros, sem distinção de qualquer natureza? Seria a nova versão do enigma da esfinge da mitologia grega, postada na porta da cidade de Tebas, ameaçando e matando os viajantes que não conseguiam resolver o enigma, prometendo: “Ou decifra-me, ou te devoro?” Estaria, hoje, a esfinge postada às portas da pátria brasileira, estrangulando cada passante tupiniquim que não consegue entender a louca mecânica do enigma assim enunciado: - O que é que, de manhã despenca para o mar, ao meio dia promete maravilhas e à tarde massacra o povo tupiniquim, que se arrasta com sede e fome de justiça? Ou teremos que esperar que apareça um novo Édipo rei, capaz de desvendar o enigma, explicando sua estrambelhada mecânica, colocando a esfinge a correr, para começar a reconstruir o Brasil?

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Tiriric\a

Há os que criticaram o discurso de improviso do deputado Tiririca despedindo-se da Câmara Federal. Deveria ter pedido a um assessor para que elaborasse uma peça bem estruturada, fugindo à pleonástica repetição de termos para definir seu massacrado estado de espírito, ao encerrar pretendida carreira política. Imagine-se, então, que tipo discurso insonso se perderia pelos umbrais da casa do povo, cheio de falsas mesmices para justificar seu ato. A circunstância do improviso, deu-lhe a chance de repetir, com o aval da autenticidade e espontaneidade, que lhe são peculiares como artista de circo, quantas vezes achou necessário, as acachapantes expressões evidenciando seu derrotado estado d’alma. Foi assim que conseguiu manter, presa a sua arenga, a plateia parlamentar, de olhos amortecidos por mal disfarçada vergonha, sentindo, ainda que por um momento, uma fisgada em suas surradas consciências, dadas aos devaneios da politicagem.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

PENSAMENTOS

1. Lendo entre linhas Ao se ler nas entrelinhas da História de Portugal, descobre-se que as navegações ultramarinas, alcançando terras distantes, além de servir para expandir, territorialmente, a nobre nação portuguesa, serviam para descarregar o lixo político e moral para purificar a já puritana sociedade lusitana. Era assim que políticos, indesejáveis ao reino, e crápulas, marginalizados pela sociedade, eram deixados pelo caminho ao leu da sorte, sobrevivendo às custas de sua criatividade. Quando Pero Vaz Caminha anuncio que “nesta terra em se plantando, tudo dá”, Cabral, seguindo a tradição, aproveitou a dica deixado alguns espécimes aqui plantados que frutificaram, exponencialmente, multiplicando-se através dos séculos, produzindo uma casta cujos descendentes, hoje, governam o Brasil. É só estudar a genealogia regressiva das principais oligarquias de encastelados no poder para se descobrir a origem de tantos corruptos, bem escovados, munidos de excepcional resistência, herdada de antepassados, deixados ao relento, lutando por custosa sobrevivência, confirmando o adágio latino: “Absque vado fluvius, nec stat sine pelice proles”, em longa geração, há conde e ladrão. 2. Em busca de antídoto Enquanto a tecnologia alemão, baseada na estrutura do ouriço marinho, descobre material cem vezes mais resistente do que o cimento, no Brasil, o ministro Gilmar Mendes, com poderes graciosamente conferidos pela Carta Magna, ao soltar criminosos, visa construir potente argamassa para proteger o pestilento vírus da corrupção, sorrateiramente inoculado na sociedade brasileira. Urge o povo atender convocação às ruas para exigir a aplicação do antídoto da moral e da ética, únicos elementos com resistência suficiente para combater o terrível mal da corrupção. 3. A parábola se repete A parábola de Cristo sobre os dois filhos convidados pelo pai para trabalhar na vinha, repetiu-se na reunião dos 7, com relação ao tratado de controle da poluição ambiental. Os Estados Unidos, independentes de terem se negado a assinar o acordo proposto, em rodapé, deixaram claro que aplicarão as medidas necessárias para reduzir a emissões dos próprios gazes poluentes, independentes de promessas fátua de países sem capacidade moral para tanto. O Brasil, ostensivamente, assinou o acordo deixando a costumeira certeza de que pouco, ou nada, será feito. Sempre faltará dinheiro que está sendo desviado poluindo a moral e a ética da sociedade brasileira. Quem sabe, os Estados Unidos não assinaram, para não se misturarem com quem diz que vai, mas não vai. 4. No submundo dos insetos O rei dos ônibus, Jacob, o barata, agraciado pelo super ministro Gilmar Mendes, tem direito à liberdade, enquanto o povo carioca fica refém de um sistema de transportes públicos de péssima qualidade, causado por sistemático desvio de verbas durante várias administrações, dominadas por uma corja de corruptos guiados pelo inseto mais resistente a qualquer inseticida, existente na natureza viva. Gilmar Mendes permite que continue a dar as cartas em subliminar ação governamental, que persiste enxovalhando o Estado do Rio de Janeiro. “Sursum corda”, corações ao alto, nobre nação carioca, clamando por justiça, diante de tamanha iniquidade. 5. Quantas andorinhas são necessárias para fazer verão? Sob o título - “A nova cara do Judiciário”, o Correio Braziliense ( 03 de dezembro) apresentou, em sua capa, a simpática dupla Tereza e Fábio, como modelos da nova geração de advogados, anunciando novos tempos para Justiça brasileira. Bem-vinda seja a dupla. Devagar, porém, com o andor, que o santo pode ser atropelado. Que uma andorinha sozinha não faz verão, está mais do que anunciado pela sabedoria popular. Que duas andorinhas consigam tal feito, está para ser confirmado. Diante do batalhão de gaviões famintos cruzando o espaço da pátria, devorando tudo o que encontra pela frente, é necessário que muitas andorinhas levantem voo para esconjurar a corrupção que o exército de abutres espalha pelo espaço com suas desmedidas e mal cheirosas excreções. Que o diga a Lava-Jato que anda torpedeada por todos os lados, ficando à berlinda de um STF que não consegue se impor, também, torpedeado por tortuosos submarinos, infiltrados em suas águas turvas. Povo brasileiro, o palanque das ruas aguarda sua presença, para gritar a plenos pulmões: Fora, corrupção! 6. Contradições Contradições governamentais que se multiplicam. Fui renovar minha carteira de motorista. Depois de instaurado o processo, a médica atendente, mediante formulário, solicita-me laudo médico de otorrino, acusando grave problema auditivo, especificando-o no formulário, que teria detectado ao tentar se comunicar, subtilmente, falando pelas minhas costas. Primeira contradição: Não caberia a ela definir a gravidade do problema mas, sim, ao otorrino, mediante exame específico. Ao retornar com o laudo médico, fui atendido, com principesca gentileza, por outra médica. Segunda contradição: informou-me que pessoa surda não está impedida de dirigir, desde que o veículo esteja devidamente aparelhado com os respectivos retrovisores, possibilitando o controle visual de carros circunstantes. Como uso aparelhos auditivos, informou-me, para confirmar a primeira contradição, que não faria constar na CNH a obrigação do uso dos aparelhos, desde que surdez não impede dirigir carros. Recomendou-me, maternalmente, que os usa-se, alertando-me, porém, de que, se surpreendido sem eles, não serei multado. Para complementar, em favor, agora, de pretendida coerência, pediu-me que a foto a ser fixada no documento, deveria ser sem óculos, tendo em vista que a exigência da correção visual, estaria escrita na CNH. Confrontando minha carteira anterior, constatasse a inexistência de tal aviso. O médico otorrino, apesar de laudo plenamente favorável, preveniu-me de que, provavelmente, dada a idade avançada, ser-me-ia concedida permissão de dirigir por não mais de um ano. Sem maior pretensão de minha parte, concedeu-me três anos. Benza Deus! De contradição em contradição, chega-se a boa conclusão. 7. O super ministro Remar contra a corrente da opinião pública, que vem exigindo cerrado combate à, mais do que reconhecida, corrupção que mina a sociedade brasileira, como está fazendo o ministro Gilmar Mendes, soltando criminosos, não passa de masturbação do próprio ego, construído com base na presunção de ser um super ministro, pairando acima do STF, que tenta colocar a seus pés, como se fosse o dono da verdade. Felizmente, há sinais, ainda que tênues, anunciados pela presidente Carmen Lúcia, de que a Suprema Corte, não vai se dobrar a seu intento. Em tempo, o que será do STF no próximo ano quando, por determinação regimental, Gilmar Mendes assumir a presidência da instituição? Espera-se que, até lá, os ventos mudem, mudando a rotação da ventoinha do ministro. 8. Heróis esquecidos Há heróis que conseguem a gloria sendo agraciados com o nobél da literatura escrevendo lindas páginas para encanto dos leitores. Há os que escrevem sua biografia com as tintas do sacrifício de uma vida inteira dedicada ao próximo, culminando com a oferta heroica da própria vida, normalmente, ficando esquecidos à margem da História. Quem mais do que a professora Heley de Abreu Silva Batista, que deu a vida para salvar as crianças da creche de Janauba-MG, incendiada por um transloucado, para merecer a glória máxima por ter escrito, com sua vida, comovente poema que culminou com a morte trágica? Que 2017 seja encerrado com a canonização de quem, carinhosamente, chamamos de professorinha, que se agigantou para o Brasil e para o mundo, com a oferta da própria vida para salvar outras vidas. 9. No trem do ocidente Assassinato no expresso do Ocidente. A vítima, a nação brasileira. Todos são suspeitos, principalmente o mordomo que vende a própria mãe pátria para se manter no poder. Armado o maior júri da História do Brasil, a Lava-Jato, para tentar desvendar e debelar o enigma da corrupção que se infiltrou no trem expresso colocado nos trilhos por Pedro Alvares Cabral, ao descobri-lo há mais de quinhentos anos. O escrivão Pero Vaz Caminha profetizou: “Terra em que se plantando tudo dá”, até o tranquilizante maracujá. Junto com o trigo, o inimigo semeou a cizânia da corrupção que tenta sufocar a boa planta que produz a farinha que faz o pão de cada dia para matar a fome do povo brasileiro. Depende da Justiça, que anda adormecida, a hora da colheita para separar a má semente para armazenar o fruto da moral e da ética e salvar o que, ainda, resta de farinha no fundo dos cofres arrasados. E o povo brasileiro à espera do refresco, simbolizado pelos valiosos frutos produzidos pela mãe terra, para alivia-lo de seus sofrimentos marcados pelo suor derretido pelos escaldantes raios do Sol de cada dia. 10 – Nau sem rumo Ao desembarcar da nau do governo, mantendo o apoio à reforma da Previdência Social, contrariando frontalmente a opinião pública, o PSDB está pretendendo pegar gato pelo rabo. Vai sair aranhado e mordido. Com suas garras ocultas entre as almofadinhas das patas que amortecem seus cautelosos passos, a gata vai dar o troco nas urnas em 2018. Não é em vão que parlamentares resistem vender seu voto para saciar a sede de poder do capitão mor da embarcação governamental, cargo herdado do Capitão-Geral da Armada Real dos Galeões de Alto Bordo do Mar Oceano, com plenos poderes no comando da real Marinha Portuguesa.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Assassinato

Assassinato no expresso do Ocidente. A vítima, a nação brasileira. Todos são suspeitos, principalmente o mordomo que vende a própria mãe pátria para se manter no poder. Armado o maior júri da História do Brasil, a Lava-Jato, para tentar desvendar e debelar o enigma da corrupção que se infiltrou no trem expresso colocado nos trilhos por Pedro Alvares Cabral, ao descobri-lo há mais de quinhentos anos. O escrivão Pero Vaz Caminha profetizou: “Terra em que se plantando tudo dá”, até o tranquilizante maracujá. Junto com o trigo, o inimigo semeou a cizânia da corrupção que tenta sufocar a boa planta que produz a farinha que faz o pão para matar a fome do povo brasileiro. Depende da Justiça, que anda adormecida, a hora da colheita para separar a má semente para armazenar o fruto da moral e da ética para salvar o que, ainda, resta de farinha no fundo dos cofres arrasados. E o povo brasileiro à espera do refresco, simbolizado pelos valiosos frutos produzidos pela mãe terra, para alivia-lo de seus sofrimentos marcados pelo suor derretido pelos escaldantes raios do Sol de cada dia.

sábado, 2 de dezembro de 2017

O rei dos ônibus, Jacob, o barata, agraciado pelo super ministro Gilmar Mendes, tem direito à liberdade, enquanto o povo carioca fica refém de um sistema de transportes públicos de péssima qualidade, causado por sistemático desvio de verbas durante várias administrações, dominadas por uma corja de corruptos guiados pelo inseto mais resistente a qualquer inseticida, existente na natureza viva. Gilmar Mendes permite que continue a dar as cartas em subliminar ação governamental, que persiste enxovalhando o Estado do Rio de Janeiro. “Sursum corda”, corações ao alto, nobre nação carioca, clamando por justiça, diante de tamanha iniquidade.
A parábola de Cristo sobre os dois filhos convidados pelo pai para trabalhar na vinha, repetiu-se na reunião dos 7, com relação ao tratado de controle da poluição ambiental. Os Estados Unidos, independentes de terem se negado a assinar o acordo proposto, em rodapé, deixam claro que aplicarão as medidas necessárias para reduzir a emissões dos próprios gazes poluentes. Brasil, ostensivamente, assinou o acordo deixando a costumeira certeza de que pouco, ou nada, será feito. Sempre faltará dinheiro que está sendo desviado para poluir a moral e a ética da sociedade brasileira. Quem sabe, os Estados Unidos fingiram que não iam, para não se misturarem com quem diz que vai, mas não vai.
Ao se ler nas entrelinhas da História de Portugal, descobre-se que as navegações ultramarinas, alcançando terras distantes, além de servir para expandir, territorialmente, a nobre nação portuguesa, serviam para descarregar o lixo político e moral para purificar a já puritana sociedade lusitana. Era assim que políticos, indesejáveis ao reino, e crápulas marginalizados pela sociedade eram deixados pelo caminho ao leu da sorte, sobrevivendo às custas de sua criatividade. Quando Pero Vaz Caminha anuncio que “nesta terra em se plantando, tudo dá”, Cabral, seguindo a tradição, aproveitou a dica deixado algum espécimen aqui plantado que frutificou, exponencialmente, multiplicando-se através dos séculos, produzindo uma casta cujos descendentes, hoje, governam o Brasil. É só estudar a genealogia regressiva das principais oligarquias de encastelados no poder para se descobrir a origem de tantos corruptos, bem escovados, munidos de excepcional resistência, herdada de antepassados deixados ao relento, lutando por custosa sobrevivência, confirmando o adágio latino: “Absque vado fluvius, nec stat sine pelice proles”, em longa geração, há conde e ladrão.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Inversão de valores

Inversão de valores Elizio Nilo Caliman - Brasília Desde quando a bicharada parou de dar conselhos aos humanos por meio das fabulas, a moral dos contos mudou de intepretação. Haja visto a proverbial fábula da formiga e da cigarra. No final da história, na prática da política tupiniquim, hoje, quem leva vantagem são as levianas cigarras. Os mais altos e rendosos postos governamentais são ocupados por quem menos entende do assunto, que passou a vida flauteando, enquanto milhões de sacrificadas formigas se arrastam lutando de sol a sol, para prover os cofres públicos que vão encher meias, cuecas e malas de zombeteiros corruptos.