A procura da verdade no cadinho
da dúvida
Elizio Nilo Caliman –
Brasília
Cabe aos exegetas cristãos comprovarem a descendência de Jesus do rei
Davi, conforme, insistentemente, prometido pelos profetas do Antigo Testamento. Tal assertiva foi, peremptoriamente, negada pelos evangelistas Mateus e João ao afirmarem que José não foi o pai biológico de Jesus, atribuindo, em
sonho, a paternidade ao espírito santo. Faltaria provar que espírito santo seria esse, descendente de
Davi, para salvar a admirável e complexa estrutura teológica de crenças que
resiste há quase dois mil anos. Quase dois mil anos se passaram para,
finalmente, os exegetas, declararem a existência de uma tabuleta com a inscrição
em grego, “Aqui Pedro”, para provarem, de forma nada convincente, que o apóstolo esteve e morreu em Roma.
Quantos anos serão necessários, ainda, para comprovar, com isenção, fato tão mais importante, para proteger
bimilenar liturgia, anualmente celebrada, que defende a origem e missão messiânica
de Cristo? Não é questão de se naga-la mas, simplesmente, coloca-la no cadinha
da dúvida em busca da verdade, “para revigorar a fé” nas palavras do papa
Francisco. Se não comprovada, abriria caminho para a espera do prometido messias,
conforme pregado pela nação judaica, dando continuidade ao estudo da genealogia,
a partir de José. Se for o caso, os evangelhos dão algumas dicas para tanto, ao
lembrar os filhos de Maria, irmãos de Jesus, provavelmente, filhos de José,
descendente do rei Davi.
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