quinta-feira, 24 de maio de 2018

Pensamentos


1-    O governo sabe, muito bem, o justo caminho para a recuperação da Petrobrás, desfalcada pela incompetência e irresponsabilidade do próprio governo, com a mau gerenciamento dos recursos desviados para os corruptos: a incessante busca do dinheiro perdido, escondido nos bolsos ou protegidos nos paraísos fiscais a favor dos dilapidadores. Inversamente, muito mais fácil e conveniente, pretender jogar a conta nas costas do povo com o descontrolado aumento dos impostos, a exemplo do dos combustíveis atingindo, diretamente, os inocentes transportadores.  Em vez de ficar soltando ladrões para responderem em liberdade, que se os mantenha na cadeia, até restituírem centavo por centavo, com juros e correção monetária, tudo o que roubaram. Provavelmente, vai sobrar dinheiro e o povo vai agradecer.
2-    Dezoito dos 24 distritais de Brasília, candidatos à reeleição, têm problemas na Justiça? Com base no princípio constitucional da presunção de inocência, a Justiça eleitoral sente-se de mãos amarradas para impedir suas candidaturas. Porque não colocar no outro prato da balança a presunção de culpabilidade para, pelo menos, contemporizar as candidaturas, até que se restabeleça a verdade? A coisa se afigura tão grave, a ponto de não se poder fazer valer a boa fé, defendida pela teoria da aparência, para se justificar a condução de um candidato suspeito que poderá vir a infligir graves danos à administração pública. Valem os princípios da supremacia do interesse público e de sua indisponibilidade, quando se trata da defesa do bem comum.
3-    Com que autoridade o presidente Temer afirma que “Meirelles é o melhor entre os melhores” e que eleito “vai encontrar o país em uma tranquilidade absoluta”, no momento em que pipocam, Brasil afora, os protestos, a exemplo da paralização dos caminhoneiros, em quase todos os estados do Brasil? Por outro lado, quanto vai custar a Meirelles o incondicional apoio do desacreditado presidente a sua candidatura, em termos de retribuição, após hipotética vitória? Será que vai se continuar com o refrão –  É dando que se recebe”? Não é este o repetido estribilho de Temer, para se manter no poder?
4-    Recado para Tite. Cuidado ao ir à copa na Rússia, tentando convencer o mundo de que somos os melhores. Estude a história das copas e descobrirá que sempre que a seleção brasileira foi com muita sede ao pote, voltou enxugando as lágrimas. Vai como quem não quer nada, para surpreender os adversários. Foi assim que Vicente Feola fez para abrir o caminho em 1958, conquistando o primeiro caneco. Punha os jogadores em campo e ia dormir no banco dos reservas, esperando ser acordado pelos jogadores, de volta anunciando-lhe as vitórias. Infelizmente, para a copa seguinte, por motivo de saúde, teve que renunciar ao cargo.
5-    Michel Temer sabe que, no dia em que deixar a presidência da República, virando cidadão comum, terá que enfrentar torrencial saraivada de denúncias de crimes preteritos, despido do forro privilegiado.  Ao promover a candidatura de Meirelles, estaria preparando a cama para se deitar despreocupado, na esperança de que o jeitinho tupiniquim vai continuar a funcionar a favor da corrupção? Há, porém, de se perguntar se Meirelles estará disposto a servir de guarda-chuva para conter tamanha enxurrada, sacrificando seu bom nome, afirmado na tentativa de segurar o Brasil à abeira do precipício, enquanto Temer continua a achincalhar as instituições governamentais e sociais, na tentativa de se segurar no poder.
6-    Justificativa  dos postos de gasolina para aumentar os preços, diante da caótica situação provocada pela greve dos transportadores: - A lei da oferta e procura, a ser traduzida pela Lei do mais forte, praticada por gananciosos que tem a faca e o queijo na mão, em momento em que o governo anda na contramão da sociedade, despido de autoridade, agindo impelido pelas circunstâncias, que não consegue controlar, pela irresponsabilidade na condução de suas incumbências.
7-    Bem disse o filósofo espanhol Ortega y Gasset,  “Eu sou eu e minha circunstância”. O Governo Temer “É ele e sua imprevidência”, incapaz de planejar e prevenir fatos para enfrentar circunstâncias, obrigando-o a agir contra convicções, declaradamente, admitidas irreformáveis, a pretexto de salvar o Brasil que ajudou a colocar e manter à borda do abismo.

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