1-
O
governo sabe, muito bem, o justo caminho para a recuperação da Petrobrás,
desfalcada pela incompetência e irresponsabilidade do próprio governo, com a
mau gerenciamento dos recursos desviados para os corruptos: a incessante busca
do dinheiro perdido, escondido nos bolsos ou protegidos nos paraísos fiscais a
favor dos dilapidadores. Inversamente, muito mais fácil e conveniente,
pretender jogar a conta nas costas do povo com o descontrolado aumento dos
impostos, a exemplo do dos combustíveis atingindo, diretamente, os inocentes
transportadores. Em vez de ficar soltando ladrões para responderem em
liberdade, que se os mantenha na cadeia, até restituírem centavo por centavo,
com juros e correção monetária, tudo o que roubaram. Provavelmente, vai sobrar
dinheiro e o povo vai agradecer.
2-
Dezoito dos
24 distritais de Brasília, candidatos à reeleição, têm problemas na Justiça?
Com base no princípio constitucional da presunção de inocência, a Justiça
eleitoral sente-se de mãos amarradas para impedir suas candidaturas. Porque não
colocar no outro prato da balança a presunção de culpabilidade para, pelo
menos, contemporizar as candidaturas, até que se restabeleça a verdade? A coisa
se afigura tão grave, a ponto de não se poder fazer valer a boa fé, defendida
pela teoria da aparência, para se justificar a condução de um candidato
suspeito que poderá vir a infligir graves danos à administração pública. Valem
os princípios da supremacia do interesse público e de sua indisponibilidade,
quando se trata da defesa do bem comum.
3-
Com que
autoridade o presidente Temer afirma que “Meirelles é o melhor entre os
melhores” e que eleito “vai encontrar o país em uma tranquilidade absoluta”, no
momento em que pipocam, Brasil afora, os protestos, a exemplo da paralização
dos caminhoneiros, em quase todos os estados do Brasil? Por outro lado, quanto
vai custar a Meirelles o incondicional apoio do desacreditado presidente a sua
candidatura, em termos de retribuição, após hipotética vitória? Será que vai se
continuar com o refrão – É dando que se
recebe”? Não é este o repetido estribilho de Temer, para se manter no poder?
4-
Recado para Tite. Cuidado ao ir à copa na Rússia, tentando
convencer o mundo de que somos os melhores. Estude a história das copas e
descobrirá que sempre que a seleção brasileira foi com muita sede ao pote,
voltou enxugando as lágrimas. Vai como quem não quer nada, para surpreender os
adversários. Foi assim que Vicente Feola fez para abrir o caminho em 1958,
conquistando o primeiro caneco. Punha os jogadores em campo e ia dormir no
banco dos reservas, esperando ser acordado pelos jogadores, de volta
anunciando-lhe as vitórias. Infelizmente, para a copa seguinte, por motivo de
saúde, teve que renunciar ao cargo.
5-
Michel Temer
sabe que, no dia em que deixar a presidência da República, virando cidadão
comum, terá que enfrentar torrencial saraivada de denúncias de crimes
preteritos, despido do forro privilegiado.
Ao promover a candidatura de Meirelles, estaria preparando a cama para
se deitar despreocupado, na esperança de que o jeitinho tupiniquim vai
continuar a funcionar a favor da corrupção? Há, porém, de se perguntar se
Meirelles estará disposto a servir de guarda-chuva para conter tamanha
enxurrada, sacrificando seu bom nome, afirmado na tentativa de segurar o Brasil
à abeira do precipício, enquanto Temer continua a achincalhar as instituições
governamentais e sociais, na tentativa de se segurar no poder.
6-
Justificativa dos postos de gasolina para aumentar os
preços, diante da caótica situação provocada pela greve dos transportadores: -
A lei da oferta e procura, a ser traduzida pela Lei do mais forte, praticada
por gananciosos que tem a faca e o queijo na mão, em momento em que o governo
anda na contramão da sociedade, despido de autoridade, agindo impelido pelas
circunstâncias, que não consegue controlar, pela irresponsabilidade na condução
de suas incumbências.
7-
Bem disse o filósofo espanhol Ortega y Gasset, “Eu sou
eu e minha circunstância”. O Governo Temer “É ele e sua imprevidência”, incapaz
de planejar e prevenir fatos para enfrentar circunstâncias, obrigando-o a agir
contra convicções, declaradamente, admitidas irreformáveis, a pretexto de
salvar o Brasil que ajudou a colocar e manter à borda do abismo.
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