quarta-feira, 9 de maio de 2018

Pensamentos políticos


1.     Sinistra a ideia de bandeira da segurança nacional nas mãos de Temer que mantem o Brasil num estado de insegurança política de assustar a nação brasileira. É evidente que tal slogan, subentendido no discurso de Temer, tem como objetivo final sua continuidade no poder junto com sua tropa de choque. Chega tarde para dizer que o futuro Ministério Extraordinário da Segurança Pública “vem para evitar que a escolada da violência se alastre pelo pais” quando, tudo indica, já é endêmica Brasil afora. Enquanto o general Braga Netto, distrai o Brasil como a questionável intervenção na segurança do Rio de Janeiro, Temer despe outros ministérios para vestir outro santo que nasce sem roupa com um novo ministro adrede preparado, para mais apoio nos seus distorcidos afazeres políticos.
2.     Mil encômios ao general Braga Neto, enaltecido como homem de tantas prerrogativas, de excepcional preparo para exercer qualquer missão para ajudar a salvar o Brasil, menos para executar uma intervenção militar, de inédita experiência, para garantir a segurança do estado do Rio de Janeiro. Vai colocar em risco a própria honradez pondo em confronto os princípios, com que construiu sua brilhante carreira circense, com as espúrias e mal disfarçadas intenções de um Temer, tentando manter-se seguro no poder a qualquer preço, ainda que seja às custas da segurança nacional.
3.     A verborrágica, longa e enfadonha entrevista do ministro da Justiça Torquato Jardim ao Correio é a cabal demonstração de que a improvisada intervenção no Rio de Janeiro tende a se transformar num factoide de consequências imprevisíveis. Coloca-se nas mãos do interventor um canhão capaz de destruir meio mundo, quando Enão se sabe distinguir quem é quem, colocando em risco uma sociedade inteira, sem se prever onde e como vai acabar essa guerra. Em vez de perder tempo tentando explicar o que, ainda, não tem explicação, fariam melhor nossos governantes que se recolhessem para planejaram a ação com mais cuidado, sem se exporem ao ridículo de tentar enganar a nação brasileira com explicações repletas de incoerências e subterfúgios inconsequentes.
4.     Está, agora, o governo atrás de recursos, inclusive, pensando em criar mais impostos, para viabilizar a intervenção federal no Rio de Janeiro. É sobejamente sabido que muitos bilhões de reais, entre eles a serem destinados à segurança do estado, foram desviados para os bolsos de, agora presos, governantes corruptos, durante várias gestões anteriores. Porque não ir atrás desse dinheiro que, se feito a tempo, já poderia ter sido reavido e aplicado na segurança pública, nas mãos das forças policiais do estado, mais preparadas para a missão, dispensando o factoide da intervenção cujos Inventores estão mais perdidos do que baratas em pardieiro dedetizado, sem saber que rumo tomar. Com um canhonaço nas mãos, não conseguem divisar para que lado atirar. Ou será que o roubado no Brasil tem que ir, irremediavelmente, para fundo perdido?
5.     A quem vinha observando, de uns anos para cá, a tênue reação do povo brasileiro, diante da corrupção, tinha a impressão de que a consciência popular vinha, aos poucos, definhando. Ligeiros espasmos em carnavais passados pareciam mais estertores de quem estaria a caminho da morte. No carnaval 2018, o estouro contra corrupção, dominando, praticamente, todas as manifestações populares, mostraram que a consciência do povo brasileiro está mais do que viva e acordada. Quem está dormindo são os políticos que, ainda, não acordaram para a realidade.
6.     A profissão mais facilitada, hoje, no Brasil é a do chargista. A matéria prima produzida pelos políticos é tão incomensurável que já não mais cabe nos meios de comunicação. Há de os piadistas estarem, porém, atentos para piadas, de tão politicamente pornográficas, que merecem um beque da censura por chegarem a furar os tímpanos dos ouvidos, por menos exigentes que sejam. De tanto gargalhar, os leitores, ouvintes e expectadores acabam perdendo o sentido da vida, sentindo-se no pais das maravilhas da Alice, cantando com os sete anões em homenagem a Banca de Neve, esquecendo que isso foi, apenas durante uma noite, tendo que acordar  para a realidade ao nascer do Sol.
7.     É lamentável que, justamente, na área da saúde, alguma chefia não tenha o mínimo preocupação com a saúde, tanto física e, pincipalmente, psicológica, dos servidores submetendo-os a um desumano regime de pressão que os leva a um estado estressante, a ponto de colocar sua personalidade em frangalhos. O pouco que se aprende de psicologia nos cursos de formação não consegue despertar-lhe a mínima atenção com relação à individualidade de cada profissional que, por circunstâncias diversas, inclusive, desencadeadas pelo próprio ambiente estressante, teriam que ter tratamento diversificado.  No final, são tratados como bagaço a ser devolvido imprestável à sociedade, de onde saíram para servir à comunidade, recebendo em troca, no mínimo, o esquecimento.
8.     Quando juízes, que seriam os encarregados de fazer valer o preceito constitucional de que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”, ameaçam parar se o STF cortar o privilégio auxílio moradia, é sinal evidente de que o Brasil está longe de frear a disparada na percepção da corrupção mundial colocando-o na vergonhosa marca do 96º posto no ranking global dos países mais corruptos do planeta.

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