terça-feira, 24 de novembro de 2015
Bumerangue
A mensagem do jornalista francês Antoine Leiris que perdeu a mulher assassinada pelos terroristas do EI no Bataclan de Paris, é a expressão do senso de realidade e fé de quem tem ciência de que o ódio é bumerangue que, não atingindo o alvo pretendido, retorna ferindo a alma do atirador. Reafirmou o pensamento de que “O melhor modo de vingar-se de um inimigo, é não se assemelhar a ele.”
Eis a mensagem: - Se esse Deus por quem vocês mataram cegamente nos criou à sua imagem, cada bala no corpo de minha mulher deve ter sido uma ferida no coração dele. Por isso não vou lhes dar o presente de odiá-los... responder ao ódio com cólera seria ceder a mesma ignorância que fez de vocês o que são.
Uma cultura que admite tais barbaridades é fruto da ignorância na formulação de princípios que deveriam reger a constituição de um estado que respeite os valores sociais universais.
É uma atitude que, se não se justifica, explica-se pela deformação de caráter que, por vezes, atinge pessoas cegadas pelo poder que pretendem ter recebido do alto. Procurem-se pessoas tão bem intencionadas!
Tome-se como exemplo os dirigentes de igreja que se diz herdeira do Evangelho do Amor pregado por Cristo. Quantas barbaridades cometidas pelas cruzadas e pela inquisição, sacrificando milhares de pessoas a pretexto de combater os infiéis, assim julgados pelo Cristianismo.
Hoje os muçulmanos não estão fazendo diferente. Não é difícil localizar na Historia quando nasceu tanto ódio do Estado Islâmico contra o Ocidente. Os lugares santos da Palestina, depois que cristãos e judeus migraram para a Europa, foram ocupados por mulçumanos adeptos de Maomé, adoradores de Alá.
No século XI o cristianismo, apoiado pelo Império Romano ocidental, organizou as cruzadas, denominadas guerras santas, para reconquistar os lugares outrora abandonados. Em nome do deus dos cristãos, milhares de islamitas foram sacrificados como hereges.
O que está acontecendo hoje, não seria uma vingança contra injustiças praticadas outrora, incubadas durante séculos no fundo da alma da nação islâmica?
Urge encontra caminhos de ligação entre Ocidente e Oriente por onde passe a reconciliação antes que aconteça o pior, para não se chegar ao estremo de ter que seguir o conselho do filósofo Confúcio: “Antes de sair em busca da vingança, cave duas covas”. O papa Francisco está a dizer - construam-se pontes”.
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Muito sensato o que escreveu, você e o jornalista francês!! Todos deveriam enxergar assim, vendo a moeda pelos dois lados. O que não significa apoiar ou desculpar qualquer um deles. Somente entender.
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