quinta-feira, 26 de novembro de 2015
Brincando com provérbios
Todo o provérbio teria seu verso e reverso? Ao se dizer que não há mal que não venha para bem, haveria de se admitir que não há bem que não venha para mal? Dependeria do conceito que se tem do que é bem e do que é mal? Bem e mal são substantivos que tem seus adjetivos correspondentes, bom e mau. Será que todo o bem é bom e todo o mal e mau? Quando se pensa estar fazendo o bem, poder-se-ia estar fazendo o mal e vice-versa? São mil perguntas que poderiam ser repetidas para qualquer afirmação aforística badalada aos quatro ventos. Perguntas assim borborejantes são fruto do inquieto pensar humano. Isso acontece porque todo o ser pensante já nasce filosofante. Se estou pensando, estou filosofando. Dependendo do que quis dizer, grande besteira estaria dizendo a sabedoria popular ao afirmar -Primum vivere [manducare] deinde philosofari. Viver e filosofar, por acaso, não se pressupõem Não é por menos que a criança chora, ao nascer, sabendo e pensando no que vai enfrentar aqui fora.
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