Ao conferir a marca
de minhas cuecas, descobri que algumas trazem a marca ZEUS. Seria a
indumentária o instrumento mágico usado pelo homem para conquistar mulheres?
Assim pensei.
Na mitologia
greco-romana, Zeus é o rei dos deuses. O gerador de celebrada casta de deuses e
deusas que se assentam no Olimpo, por ele governado. Disfarçado em majestoso e
sedutor cisne, deslizava sobre o lago, escondendo seus predicados sob as águas
tranquilas, em busca da conquista de suas amantes.
Foi casado três
vezes: com Mirtes, a deusa da prudência; com Themis, a deusa da Justiça e; com
a irmã Hera, deusa do casamento. Pouco amante da fidelidade, porém, vivia
rodeado de belas deusas que o ajudaram a expandir sua genealogia. .
Tome-se como exemplo as três filhas majorais, as graças,
“carités”, deusas da felicidade: Abigail, Euphrosyna e Thália, personalizando, respectivamente, o esplendor, a alegria e o desabrochar, filhas
de Zeus com Euteynome, esta filha do deus Oceano.
Depois de tantos poderes
atribuídos ao deus dos deuses, não haveria como negar-lhe o poder da
procriação, comandados pela sexualidade, o dom maior herdado da natureza, sem o
qual nenhum ser vivente subsistiria no Universo. Daí a sabedoria e a
importância de atribuir o nome ZEUS à nobre peça encarregada de proteger a sede
simbólica da sexualidade masculina.
Isso, naturalmente, sem menosprezar a peça
feminina, com a mesma finalidade, com relação à mulher. As duas peças cueca e calcinha
que, no divino momento, afastam-se para dar lugar ao preceito bíblico: “Sede
fecundos e multiplicai-vos” (Gn 1:28), cumprindo o veredicto de Cristo – “... e
[o homem] com sua mulher serão uma só carne! (Mc
10:8).
Por mais que, tanto
bíblica como profanamente, os preceitos venham embrulhados em roupagem mitológica,
a verdade simbolizada persiste. Especialista feminina ao tratar do assunto
define a calcinha como “a guardiã do paraíso”. Sem dúvida, o sexo é a fonte de
sublime prazer incomparável, quando cercada de respeito e amor, seja para a
procriação como para o prazer consentido, lembrando, apenas, que quem está com a chave da porta do paraíso cabe
não abrir para qualquer aventureiro, com a intenção de profanar a sublimidade
do dom maior outorgou aos seres vivos.
A mitologia grega conta
que, quando a deusa Pandora deixou escapar toda a maldade que se espalhou pelo
universo, a esperança preferiu
A ciência e a
prática vem demonstrando que a sexualidade não se esvai com idade avançada, a
não ser por causas imprevisíveis. A impotência não significa extinção do
prazer. Tanto assim que igrejas, tão ciosas da pureza dos fiéis, admitem
casamento de idosos, sem lhe perguntar se irão viver em abstinência.
Caberia, sim, instituições
religiosas se penitenciarem pelo fato de, durante milênios, acusarem,
indiscriminadamente, a sexualidade como fone de maldades, a ponte de obrigarem
Jesus a nascer por vias não indicadas pela sábia natureza, forçando caminhos
miraculosos, desnecessários. Se não me engano, foi o filósofo Santo Agostinho quem
advertiu: “Deus não tem vergonha do que criou”.
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