quinta-feira, 11 de junho de 2020

Sexualidade



Ao conferir a marca de minhas cuecas, descobri que algumas trazem a marca ZEUS. Seria a indumentária o instrumento mágico usado pelo homem para conquistar mulheres? Assim pensei.
Na mitologia greco-romana, Zeus é o rei dos deuses. O gerador de celebrada casta de deuses e deusas que se assentam no Olimpo, por ele governado. Disfarçado em majestoso e sedutor cisne, deslizava sobre o lago, escondendo seus predicados sob as águas tranquilas, em busca da conquista de suas amantes.
Foi casado três vezes: com Mirtes, a deusa da prudência; com Themis, a deusa da Justiça e; com a irmã Hera, deusa do casamento. Pouco amante da fidelidade, porém, vivia rodeado de belas deusas que o ajudaram a expandir sua genealogia. .
Tome-se como exemplo as três filhas majorais, as graças, “carités”, deusas da felicidade: Abigail, Euphrosyna e Thália, personalizando, respectivamente, o esplendor, a alegria e o desabrochar, filhas de Zeus com Euteynome, esta filha do deus Oceano.
Depois de tantos poderes atribuídos ao deus dos deuses, não haveria como negar-lhe o poder da procriação, comandados pela sexualidade, o dom maior herdado da natureza, sem o qual nenhum ser vivente subsistiria no Universo. Daí a sabedoria e a importância de atribuir o nome ZEUS à nobre peça encarregada de proteger a sede simbólica da sexualidade masculina.
 Isso, naturalmente, sem menosprezar a peça feminina, com a mesma finalidade, com relação à mulher. As duas peças cueca e calcinha que, no divino momento, afastam-se para dar lugar ao preceito bíblico: “Sede fecundos e multiplicai-vos” (Gn 1:28), cumprindo o veredicto de Cristo – “... e [o homem] com sua mulher serão uma só carne! (Mc 10:8).
Por mais que, tanto bíblica como profanamente, os preceitos venham embrulhados em roupagem mitológica, a verdade simbolizada persiste. Especialista feminina ao tratar do assunto define a calcinha como “a guardiã do paraíso”. Sem dúvida, o sexo é a fonte de sublime prazer incomparável, quando cercada de respeito e amor, seja para a procriação como para o prazer consentido, lembrando, apenas,  que quem está com a chave da porta do paraíso cabe não abrir para qualquer aventureiro, com a intenção de profanar a sublimidade do dom maior outorgou aos seres vivos.
A mitologia grega conta que, quando a deusa Pandora deixou escapar toda a maldade que se espalhou pelo universo, a esperança preferiu
A ciência e a prática vem demonstrando que a sexualidade não se esvai com idade avançada, a não ser por causas imprevisíveis. A impotência não significa extinção do prazer. Tanto assim que igrejas, tão ciosas da pureza dos fiéis, admitem casamento de idosos, sem lhe perguntar se irão viver em abstinência.
Caberia, sim, instituições religiosas se penitenciarem pelo fato de, durante milênios, acusarem, indiscriminadamente, a sexualidade como fone de maldades, a ponte de obrigarem Jesus a nascer por vias não indicadas pela sábia natureza, forçando caminhos miraculosos, desnecessários. Se não me engano, foi o filósofo Santo Agostinho quem advertiu: “Deus não tem vergonha do que criou”.

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