sexta-feira, 19 de junho de 2020

Aparecida



Vendo imagens transmitidas pelo rádio de Aparecida, sobre a grandiosidade da Basílica de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, durante a missa, me distraio, pensando de onde saem recursos para manter obra tão suntuosa. Várias vezes, durante a celebração, é-se surpreendido por pedido de colaboração financeira “para dar continuidade às obras de evangelização”, misturando o sagrado com o profano. O pedido e feito com tal unção a convencer fieis a, via deposito bancário, dispensarem recursos que, sabe-se lá, vão fazer falta durante o isolamento social, imposto pelo coronavírus, que ninguém sabe quando vai terminar. Certamente, não serão esses pingados recursos capazes de sustentar tanta opulência. Lá pelas tantas, finalmente, uma  fresta  ilustrativa, nos seguintes termos:
A basílica em homenagem à padroeira do Brasil não é mais a única construção a chamar a atenção de quem passa pela Via Dutra, rodovia de ligação entre São Paulo e o Rio de Janeiro. Entre os prédios erguidos está um hotel de quatro estrelas inaugurado pela própria Igreja há menos de dois anos, resultado de um investimento de R$ 60 milhões. Os 330 apartamentos divididos por 15 andares não têm sido suficientes para atender a demanda e uma segunda torre será construída.”
Ligeira observação revela que uma diária, em torno da basílica, não fica por menos de R$300,00 (trezentos reais), por peregrino. Faltaria explicar como funciona o lucrativo comercio, nas imediações da basílica, se mediante aluguel em favor da organização religiosa. Por falta de informações, não nos cabe tecer críticas a tais fatos. Apenas uma pergunta. Se Jesus, andando pelas sagradas paragens descritas, fosse perguntado se seria licito doar dinheiro, em tais circunstâncias, o que responderia? Examinando a moeda com as insígnias do governo, certamente diria: - “Dai a Cesar o que é de Cesar”.

luxinverbo.blogspot.com.br

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