A moral cristã católica versus moral Bíblica
Elizio Nilo Caliman – Brasília
Ao se
confrontar a moral, supostamente, fundamentada na interpretação do Evangelho,
pregado por Cristo, com o Antigo Testamento, saltam aos olhos serias
contradições que mereceriam maior atenção dos exegetas. A título de exemplo,
citem-se três exemplos do livro Gênesis.
1.
No capítulo 16, quando Sara, mulher de Abraão,
estéril, percebeu que não tinha condições de lhe dar um filho, ofereceu-lhe como
esposa a serva egípcia Agar que gerou Israel.
2.
No capítulo 18, quando dois anjos adentraram a
casa de Ló para adverti-lo da eminente destruição de Sodoma e Gomorra, enciumados,
os habitantes se reuniram exigindo que Ló os apresentasse para serem agredidos.
Ló interveio dizendo-lhes que tinha duas filhas virgens e as entregaria, para fazerem
delas o que quisessem e, em troca, exigindo que não fizessem mal aos dois
hóspedes.
3. No Capítulo 19, depois da destruição de Sodoma e Gomorra, tendo sua mulher virado estátua de sal, o velho Jó, não tinha descendente. As duas filhas arquitetaram um engenhoso e incestuoso plano para perpetuar a memória do pai. Numa primeira noite, embebedaram o pai e a mais velha, sem que ele percebesse, deitou-se com ele, resultando na geração de Moabe, pai dos Moabitas. No dia seguinte, repetiram o cerimonial e a filha mais nova deitou-se com o pai, gerando Ben-Ami, pai dos filhos de Amon.
Três fatos, entre muitos outros, relacionados
a sexo que, de forma alguma se coadunam com a moral cristão sobre a
sexualidade. Sem pretender a vulgarização do sexo, urge às igrejas uma revisão
de conceitos distorcidos, milenarmente forjados, restabelecendo a dignidade do
sexo, como elemento primordial, na multiplicação e perpetuação das espécies vivas.
Por
mais que se pretendam os fatos bíblicos como inventados, não o foram inutilmente,
senão para algum ensinamento. Se se admite que a Bíblia foi inspirada, não cabe
a exegetas a tarefa de censura-la, como a separar joio do trigo.
Luxinverbo.blogspot.com.br
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