A fake news não é invenção
brasileira. Ao percorrermos a mitologia romana, encontramos a figura do
hercúleo Caco, filho do deus Vulcano, encarregado de roubar as reses de Gerião.
Para despistar os perseguidores, arrastava os animais pelo rabo, invertendo
suas pegadas. Um dia um dos touros, traiçoeiramente, emitiu forte berro
denunciando seu esconderijo. Os políticos,
andando de costas para o Brasil, tentando enganar o povo brasileiro, viram-se
traídos, não por um touro, mas por dezenas de desavisados delatores,
denunciando o esconderijo do tesouro nacional que mantinham arrastado para seus
bolsos, cuecas e malas.
Segundo as mitologias pagãs, nos
primórdios o Universo era governado por uma infinidade deuses que,
democraticamente, dividiam o poder recebendo, cada um, uma missão, de acordo com
as exigências da Natureza, deixada aos cuidados da humana espécie, dotada de
inteligência para distinguir o certo do errado. Com o passar das eras os deuses
começaram a se desentender, uns invadindo as competências dos outros, usando de
artimanhas, do tipo fake news, para confundir e enganar a humanidade, deixando-a
ao leu da sorte. Foi ai que apareceu o deus, apelidado deus de Abrahão que, com
ares de plenipotenciário, aproveitou a confusão, impondo nova Lei, sancionada
por Moisés no alto do Sinai: “Adoras o senhor teu deus, e só a ele prestarás
culto”. E o Cristianismo, defendendo tal governo ditatorial, copiado e adaptado
aos governos temporais, às vezes, fingidos de republicanos e democratas,
dividido o poder entre centenas de semideuses, comprados à vis propinas. Para
modelar dezenas de outras republiquetas, mundo afora, o Brasil oferece original
republicano tupiniquim, devidamente sancionado pelo STF.