quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Explicando



        Tentando explicar, sem pretender justificar, ao dar minhas pedaladas via jornais e revisas, minha intenção nunca foi de tratar de política, que pouco domino,  mas, apenas, alertar sobre politicagem, parodiando o dito portenho: “ Hai corrupcion? Soy contra. Colocar  fatos e discursos, ditos políticos, diante do espelho, refletindo a moral e a ética que assimilamos alhures.
        Quanto ao tema religião, nunca conbater o Crisianismo, aquele do Evngelho de Jesus, que tem seus inquestionáveis e milenares méritos, mas os supostos, e não suposos, desvios  de interpretação de dirigentes que se arrogam o direito de serem os donos da verdade, tentando impô-las aos fiéi, à revelia de suas convicções.     
            Nada impede que doutores e santos padres divaguem pelas escrituras em busca de argumentos para sustentar controversos mistérios, que pesem duvidosos fundamentos bíblicos, frequentemente, deturpados pelo tempo e, quiçá, por segundas intenções. O que se questiona é a intenção de defendê-los, às custas de dogmas, hermeticamente fechados, cercados pela ameça do fogo do inferno. O que se questiona é  o condenar, indiscriminadamente, qualquer dicordância, dificultando que se cumpra o mandado de Cristo: “Ide e pregai a todas as gentes”, tentando impedir que cada ser inteligente tente a procura da verdade semeada no Universo.
        Poucos se advertem da semente lançada pelo Concílio Vaticano II, substituindo o conceito de aculturção, tentativa de impor a cultura do Cristianismo,  pelo de inculturação, a busca de valores autoctenes, a serem incorporados a uma cultura mais abrangente, o que só é possível por meio do diálogo. Foi por falta dessa distinção que um simples “filioque” cindiu o milenar Cristianismo, em 1054,  e que as 72 teses de Lutero, afixadas na porta de uma igreja, multiplicaram a Igreja Romana, em mil outras seitas. É assim que, hoje, a maior nação católica do mundo está sendo esvaziada com a  emigração em busca da verdade cindida em mil pedaços.
            Quem sabe, um dia, apareça o Messias, teimosamente, esperado pelos judeus espalhados pelo planeta,  para juntar os pedaçõs, compondo uma unica e imensa cobertura para abrigar toda a humanidade, cada ser humano com a liberdade procurar a Verdade  escondida no Univeso. Aquele Deus que, se definido por Espinosa como “Deus sive Natura”, não impede a liberdade de cada um  definí-lo  como lhe aprouver.
          Por mais que se conceba um Deus único, cada ser inteligente tem a liberdade de concebê-lo a seu modo, a ser respitado. Enquanto isso, aguarde-se o amadurecimento cultural, seguramente, a ser alcançado por meio da inculturação, para não restar lugar para um deus barbudo, sentado num trono, rodeado de fámulos, abanando compassadas ventarolas, e mil outras concepções mitologicamente, pregadas por mil crenças religiosas.
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