quinta-feira, 26 de julho de 2018
Marte à vista
Água em Marte, sinal de possobilidade de vida, inclusive, de seres
inteligentes. Que não sejam descendentes de macaco que só transmitiu aos
terráqueos corruptos a capacidade de fazer macaquices. Quem sabe da laboriosa e
organizada formiga, que nunca deu bola para a zombeteira cantiga da cigarra.
Pensei em comprar um lote por lá. Procurei uma agência loteadora. Não consegui,
com a desculpa de que o planeta é vermelho e só vende para quem tem carteirinha
do PT. Outra agência, independente, exige três condições: primeiro, não ser
descendente de macaco; segundo, ter ficha limpa, emitida pela Lava-Jato e;
terceira, atestado de vacinação contra corrupção, aviado pelo STF. Esbarrei nas
três exigências: os cartórios não conseguem comprovar minha origem; ficha limpa
da Lava-Jato, impossível pela avalanche de processos e; o órgão máximo da
Justiça, ocupado em soltar corruptos, só vai despachar lá pelas calendas
gregas. Registei em cartório meu desejo de ser cremado, pedindo a meus
descendentes que guardem as cinzas para manda-las para Marte, quando
conseguiram a documentação exigida. Ser enterrado nesta terra contaminada, que
me livre o deus Thanatus, filho da deusa da noite Nix, da mitologia
greco-romana, que vela os mortos.
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