Senhor Redator
A afirmativa mais sábia de Ulisses Guimarães, no
memorável discurso de promulgação da Constituição de 1988, resume-se nas poucas
palavras: - “Não é a Constituição Perfeita. Se fosse perfeita, seria
irreformável.” Trinta anos depois de sua
promulgação, são mais do que suficientes para comprovar a necessidade de sua
reforma, para corrigir os pecados capitais, enumerados pelo ex-ministro da
Fazenda Mailson da Nobrega: “ ... utopias, intervencionismo, patrimonialismo,
paternalismo, e corporativismo”. O maior erro na convocação para a elaboração
da Constituição foi a conversão do Congresso Nacional em Assembleia
Constituinte, transformando seus membros em legisladores em causa própria. Começam
bem, ao definirem, no artigo 5º, a pedra das pedras fundamentais, que deveria
reger a formulação dos demais 249 artigos, nos termos: - “Todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza...” A partir daí, dominados
por irrefreável espírito corporativista, foram distribuindo benesses definindo que,
entre os supostos iguais, há os que são diferentes, inclusive, eles próprios. Urge
nova constituinte para trazer a endeusada Constituição Cidadã para a realidade
brasileira, em que a propalada igualdade se torne realidade, dentro das
possibilidades, ainda que não sejam as de uma Suécia. .
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