Com 55 anos de Brasília,
sinto-me um afortunado por ter assistido, acompanhado e participado do
crescimento de uma cidade nascida em 1960, na época, periclitante cidade do
futuro, hoje uma metrópole consolidada por quase três milhões de habitantes.
Cheguei aqui na terça-feira de Carnaval de 1963, partindo de Niterói-RJ.
Singrando a Baia da Guanabara na Barca Sétima, atravessando a Praça XV,
embarquei em ónibus de carreira, deixando para trás a destituída capital Cidade
Maravilhosa do Rio de Janeiro, mergulhada em profundo sono, do cansaço do
Domingo de Carnaval. Partia em busca da nova capital, há três anos transferida
para o Planalto Central. Ao alvorecer de terça-feira de Carnaval, antes do Sol
nascer, avistei, ao longe, as concentradas luzes do Plano Piloto, começando a
ser substituídas pelos primeiros raios do astro rei, como uma visão do futuro
que me esperava, a ser vivido durante prazerosos 55 anos, que teimam em se
prolongar. Ao desembarcar, senti uma cidade adormecida, não por qualquer
cansaço, mas esperando tranquila o feriado nacional passar, para acordar num
crescer sem limites.
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