domingo, 3 de julho de 2016

Trocando de camisa

Vem sendo reconfortador perceber que ministros do Supremo Tribunal Federal, inicialmente nomeados com o objetivo subliminar de defender o governo em suas pedaladas, com o tempo vieram demonstrando independência no combate à corrupção. Estranhe-se, contudo, a atitude do ministro Dias Toffoli ao revogar a prisão de Paulo Bernardo, preso por ter recebido 7 milhões de  propina pelo desvio de 100 milhões pertencentes aos servidores públicos. Mais estranha a justificativa do ministro: a prisão causou constrangimento legal ao nobre ex-ministro, como se outros malfeitores presos não sentissem o mesmo constrangimento. É constrangedor, sim, que tal sentimento não seja levado em conta quando se trata de ladrão de galinha desempregado que subtrai a penosa para dar de comer aos filhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário