O papa Francisco, mudando de opinião e contrariando recomendação do Sínodo do Amazonas, por 128 votos a favor e 41 contra, nega a ordenação sacerdotal de homens casados. Estrategicamente, no breve comunicando as conclusões do Sínodo, nem sequer mencionou o tema. Medida de prudência? O papa sabe que a ordenação de casados para a região amazônica abriria espaço para se discutir a dispensa do celibato clerical e a ordenação de mulheres, o que provocaria uma cisão entre a ala inovadora da Igreja e a tradicional, representada por elementos estrategicamente instalados no Vaticano, que se sente defensora da ortodoxia, com poderes, ainda, insuperáveis. O papa Francisco não se sente com coragem e responsabilidade de enfrentar uma cisão de consequências imprevisíveis, quem sabe, do tamanho da reforma protestante.
Elizio Nilo Caliman
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